Muito já se falou e se fala sobre o uso da internet e das redes sociais. Há pontos positivos, claro, mas os negativos parecem intransponíveis já que a linguagem das redes também pode ser (muitíssimo) mentirosa, violenta e preconceituosa, causando danos emocionais (e físicos) duradouros. O que ocorre é que por trás de uma tela, as pessoas parecem ter perdido, se é que algum dia tiveram, o bom senso, o medo, a vergonha, a compaixão.
Aliás, li há pouco tempo uma frase emblemática que dizia: "Existem os influencers porque existem os idioters". Faz total sentido, não? Para combater os idioters só o conhecimento e o bom senso, este essencial o tempo todo já que a história nos mostra que nem tudo que vale para um vale para outros e vice-versa. Por isso, a regulamentação do conteúdo das plataformas é necessária e qualquer lei que valha para a vida comum deve valer também para o mundo virtual.
O fato é que as pessoas parecem ter-se esquecido de que a vida real, fora das redes sociais, é mais importante. Nada como conversar com alguém 'olho no olho', rir, brincar, exercitar corpo e mente, trocar ideias, ler, aprender, conversar e formar o pensamento crítico com base em boas leituras... Ou seja, não basta se “informar” pelo que recebemos pelas redes sociais. É preciso ter sempre o pé atrás com o que lemos nas redes e questionar, buscar fontes sérias, perguntar-se a quem interessa a divulgação daquele fato, analisar dados e fatos históricos, fazer as contas e as conexões devidas, ter olho e pensamento crítico, porque ler é muito mais do que entender as letras e palavras. Sim, sim, dá trabalho e, por isso, tantos preferem só a leitura leve das redes... Mas não se enganem, ler, compreender, analisar e formar o pensamento leva tempo e isso deve começar desde criança para não sermos manipulados nem ludibriados com falsos “profetas”....
Ademais, isso vale tanto para quem lê como para quem escreve. Antes de escrever e publicar sua opinião sobre qualquer coisa, pergunte-se se vale a pena falar, se tem certeza absoluta do que vai dizer ou apenas “ouviu” dizer; pergunte-se a quem interessa, de fato, a sua opinião e, sobretudo, aplique os três famosos filtros de Sócrates sobre o que vai dizer: é bom, é útil, é verdadeiro? Se a resposta a uma dessas três simples perguntinhas for não ou não sei, esqueça e guarde seu comentário para si.
Referências:
https://anitadimarco.blogspot.com/2019/04/ecos-literarios-gramatica-da-manipulacao.html
https://anitadimarco.blogspot.com/2022/01/ecos-humanos-ter-o-que-dizer.html