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O poema Lira
Itabirana é de 1982. Não foi publicado em livro, mas em 1984 ganhou as páginas do jornal Cometa Itabirano.
Foi republicado em 2015, em vários veículos, depois do crime ambiental em
Mariana, quando se rompeu a Barragem do Fundão, propriedade da Samarco, controlada
pela mesma Vale do Rio Doce. O poema abaixo e um pequeno trecho de outra joia do poeta são mais do
que suficientes para vestirmos a carapuça da vergonha alheia e nos questionarmos
sobre nosso papel nessa tragédia, nossa indiferença e nossa apatia na luta pela
justiça e em prol da Vida.
Lira Itabirana
(1982)
O
Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
E multinacionais,
Quantos ais!
A
dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
A dívida externa
A dívida eterna.
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
Trecho de O maior trem do mundo (1984).
...
...
O maior trem do mundo
Transporta a coisa mínima do mundo
Meu coração itabirano
Transporta a coisa mínima do mundo
Meu coração itabirano
Lá vai o trem maior do mundo
Vai serpenteando, vai sumindo
E um dia, eu sei não voltará
Pois nem terra nem coração existem mais.
Vai serpenteando, vai sumindo
E um dia, eu sei não voltará
Pois nem terra nem coração existem mais.
Um canto de esperança...O
vídeo abaixo foi publicado em 27 de jan de 2019, por Renato Goetten, "como
singela homenagem a todos aqueles que sofrem com a ganância humana. Seria
emocionante se esta canção pudesse chegar até os amigos e parentes das vítimas
de Brumadinho. Ajudem-nos ajudem a compartilhar, para que possamos aplacar um
pouquinho da dor dos nossos irmãos de Minas".
Um canto para Brumadinho- Isamara & Renato.
Amiga Anita. Lindo, poético e comovente post. Como sempre, arrepiando alma e coração. Abraços. Romanelli
ResponderExcluirObrigada, Romanelli. Tento vibrar amor pelos que sofrem, mas meu coração chora. Oxalá possamos nunca mais ver esses crimes. Abraços
ExcluirAnita
Parabéns pelo texto, Anita!
ResponderExcluirVou indicar para mais pessoas.
Linda música, tocante.
A delicadeza em contraste com essa brutalidade que se arraiga e viceja na estuda da ignorância.
Obrigada, Valquíria! Que dor estou sentindo pelo que sofre, pelo que perde, pela ignorância... beijos
ExcluirAnita
* estufa
ResponderExcluir👏👏👏 música linda Anita.
ResponderExcluirMuita dor por esse momento tão triste que estamos presenciando.
A música também me fez chorar... e vibrar amor, rogando para que o sol surja de novo e permaneça...
ExcluirDeixe seu nome, na sequência do texto, senão nunca sei quem foi... abraços
Anita
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTexto e canto comovente e muito apropriado para esse momento de dor que estamos vivendo.Que o sol da esperanca venca as trevas da gananci e do egismo.
ResponderExcluirAmém... mas as aç~´oes começam por cada um, a partir de nossas escolhas. que saibamos escolher bem, priorizando a vida, como um todo e o coletivo.
ExcluirDeixe seu nome, da próxima vez, para eu saber quem visita meu blog. Abraços