A mineira Gabi era (é) dedicada aluna do Ensino Médio do Colégio Santo Agostinho. Queria ser médica e mergulhava nos estudos para isso. Estudava,
lia horas a fio, escrevia para si mesma e dançava. Ah, dançar era uma paixão, tanto que fazia
parte de um subgrupo do Sarandeiros, grupo de danças folclóricas da UFMG, vinculado à
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG (EEFFTO)
e dedicado à divulgação da cultura nacional. A propósito, o termo sarandeiro
refere-se àquele indivíduo que viaja e leva sua cultura pelo mundo.... Em algum momento, a
menina tornou-se ainda mais tímida e meio tristonha. Preocupada com esse
isolamento, a mãe, artista sensível, fez-lhe uma sugestão: que Gabi começasse a escrever, já que a menina não era lá de muita conversa.
Bendita sugestão! A partir dali, Gabi começou a dar os primeiros passos para concretizar seu primeiro livro.
O primeiro capítulo de Sob a Neve Ardente foi como uma catarse e uma oportunidade de testar a receptividade de sua nova “atividade”. Mostrou o capítulo recém-escrito aos amigos mais próximos e, diante da reação deles, foi em frente. Aos poucos, foi montando a história, pensando e repensando os personagens, desenhando e recriando, resolvendo e superando rebeliões e dúvidas, colocando no papel suas emoções e pensamentos (bem como os de seus personagens), tentando entender os porquês, aprendendo a se expressar e, principalmente, a se desenvolver, ganhando em coragem e autoconfiança. Todos os que a conhecem e convivem com ela garantem que o livro foi um divisor de águas. Depois do “parto livresco”, a antes tímida garota ficou comunicativa e animada, sobretudo quando a conversa girava em torno do livro.
Hoje, além de continuar os estudos, ela faz questão de responder seus leitores, tecendo uma rede de conexões com os fãs de sua escrita. Além disso, ela se diverte com a comercialização de produtos vinculados aos personagens do livro, cuja capa, a partir de desenho da própria Gabi, foi eleita a melhor capa dentro do universo da Editora Coerência.
Mas o mais incrível dessa história é que, quando escreveu o livro, nossa autora tinha 16 anos. Sob a Neve Ardente fala de um mundo de fadas, rebeliões, asas quebradas, dons, sementes a serem protegidas, bem e mal, afetos, amigos e autoconfiança. Ao vencer desafios, perigos e dúvidas, sempre com o apoio de amigos fieis, a personagem principal do livro, Effie, foi capaz de curar suas asas e, assim, voar novamente. Essa trajetória também permitiu que a própria autora soltasse sua imaginação e voasse. Como as águias fazem com seus filhotes, os pais deram-lhe o empurrão inicial para que Gabi voasse. Pela sugestão da mãe, Raissa, Gabi começou a escrever. Com o apoio do pai, Tiago, o livro foi publicado. Oxalá todos os pais tivessem a sensibilidade e os meios de perceber, acolher, indicar e apoiar caminhos para as dúvidas de seus filhos, sem imposições, sem recriminações, sem subestimar a dor que eles sentem. Ponto para os pais e para a jovem autora.
Livro:Sob a Neve Ardente.Marcas de Estações. Livro 1
São Paulo: Coerência, 2020| www.editoracoerência.com.br
Instagram: @gabiguimaraes04 (Gabi Guimarães autora)
"sem subestimar a dor que eles sentem"
ResponderExcluirSuperou o comentário que eu ia fazer.
Parabéns, Anita!
Eneida, querida! Você é sempre uma das primeiras a ler e comentar. Obrigada. Você sabe do que estou falando, né? beijos
ExcluirQue lindo! Muito obrigada😍😍
ResponderExcluirGostei do livro, Gabi... A gente fica triste e depois alegre e depois torce e depois... e depois quer ler mais. Mãos à obra, beijo grande.
ExcluirQue lindo! Muito obrigada, Anita!
ResponderExcluirDa crisalida à borboleta há um doloroso percurso entre a libertação das amarras e o desabrochar da beleza.
ResponderExcluirTodos fomos crisalidas antes de nascer, antes de vermos a luz do sol. Entretanto, poucos entre nós tem a coragem de, ao sair, olhar para dentro de si, compor a sinfonia da própria existência feita de notas de dor e executá-la sob as diferentes formas de manifestação artística, expondo-se ao mundo. Parabéns a esta família - Raquel Gomes de Carvalho Pinto e José Carlos Faria_ que educa sem reprimir, que é presença incentivadora de vôos.
Parabéns em especial à Gabi, que usa o encantado das palavras para nos encantar.
Uma menção à Elvira Pedrosa Gomes e Leão Carvalho Pinto (in memoriam): vocês foram a pedra fundamental sobre a qual esta família foi construída, portanto parabéns também a vocês que sempre respiraram arte e dela preencheram seus dias.
Avante Gabi!!! Que sob A Neve Ardente existam muitas outras obras a virem àluz do sol!!!
Que sensibilidade, Lilian. A trajetória da crisálida, da Gabi, de tantos de nós... Apareça, sempre e um grande abraço
ExcluirParabéns Gabi, vá ao encontro de seus sonhos.
ResponderExcluirPeço milhões de desculpas por meu equívoco ao nomear os pais da Gabi - Tiago Gomes de Carvalho Pinto e Raissa Guimarães de Andrade Carvalho Pinto - a quem dirijo as mesmas palavras e carinho.
ResponderExcluirNada de desculpas, Lilian... Você sempre habitou o coração de meus pais e a nossa origem deve ser sempre motivo de alegria, nossa e de quem participou, como você, da caminhada da vida...Bjs. Tiago
ExcluirTiago, querido, agradeço por sua condescendência e sei que nossos corações se visitam porquê amalgamados no mesmo afeto, mas alimentar vôos é não decepar asas, neste caso, é mérito seu e da Raissa. A Raquel e José Carlos certamente fazem o mesmo que vocês e aplaudem a sobrinha.
ExcluirÓtimo texto, ótima história!!
ResponderExcluirParabéns!!
Que bela homenagem, Anita, à nossa família e, em especial, à Gabi que descobriu o universo maravilhoso dos livros...Abraços Tiago Carvalho Pinto
ResponderExcluirNão é, mesmo? A criatividade, o empenho, o esforço e a alegria fazem parte dessa família. Obrigada pelo comentário. Apareça e um abraço
ExcluirLindo!! Parabéns!
ResponderExcluirSob a neve ardente certamente mora a vontade de viver, em todo o potencial da vida. Escrever é deixar derreter a alma no papel imaculado da imaginação e gerar vidas. Avante Gabi. Bjs da Tia avó Isabel
ResponderExcluirEi Isabel, querida! Há quanto tempo, sempre incentivando a vontade de potência, a vontade de viver em cada um dos seus pupilos, sejam eles da família ou não. Beijo grande e obrigada.
ExcluirJá se sentiu um pouco bege? Lembra a primeira vez que o dourado tomou conta do seu coração? E os amigos que substituem nossas asas?
ResponderExcluirNão entendeu? Leia o livro.
Parabéns Gabi, seu mundo é mágico e sua magia encantadora!!!
Obrigado pelo presente. Abraço, Daniel Pedrosa.
Obrigada pelo comentário, Anita! Sabemos que somente a imersão na dor possibilita a ressurreição na beleza de qualquer manifestação artística. Aliás o título desta excelente matéria que você escreveu sobre a Gabi é um convite para refletir sobre a propriedade curativa da escrita! Sem dúvida torna-me- ei presença cativa de seu blog. Um grande abraço para você também.
ResponderExcluirObrigada, Lílian. Escrever é preciso, certo? Que bom tê-la aqui, grande abraço
ExcluirQue história mais linda! Feliz que Gabi se encontrou na escrita! ♥️ Parabéns a ela, aos pais, a todos os envolvidos! Obrigada por compartilhar, Anita 🙏🏼😊
ResponderExcluirParabéns Gabi,parabéns Tiago,parabéns Elvirinha,parabéns saudoso tio Romeu de onde partiu o interesse pela literatura, a inteligência eperspicácia. Árvores boas produzem bons frutos .Parabéns pelo texto,Anita.
ResponderExcluirEssas meninas artistas da família nos cobrem de alegria, orgulho e gratidão! O mix de cores é sentimentos em SANA é especial!
ResponderExcluirLinda história, a dos caminhos da Gabi! Felicidades pra ela e pra quem a curte! Merecem.
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