sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Ecos Arquitetônicos | Habitação de Interesse Social (HIS)

Em post recente falei da Lei de ATHIS, a Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social. Ainda falando sobre o tema, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-BR), também gestão da arquiteta Nádia Somek, produziu um documentário que merece ser visto. Trata-se de Habitação Social- uma questão de Saúde Pública, que aborda e escancara os problemas (exacerbados sobretudo em tempos de pandemia) das famílias que vivem em assentamentos precários e apresenta possibilidades de transformação. Ora, em plena pandemia de Covid-19, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu protocolos e recomendações para controle e redução da transmissão do vírus, em função da falta de acesso à moradia adequada e a saneamento básico. Nesse sentido, outras propostas vieram de escritórios regionais do CAU, como o projeto NENHUMA CASA SEM BANHEIRO, no âmbito do Programa Casa Saudável do CAU-RS, que visa viabilizar medidas sanitárias básicas para a população, em especial dos mais vulneráveis, na periferia de nossas cidades.

Mais que projetar interiores, mansões, apartamentos em bairros de alto padrão, condomínio fechados e prédios de luxo, o CAU/BR coloca como dever profissional (e moral) dos arquitetos usar seu conhecimento e criatividade em favor da criação de moradias adequadas e cidades mais democráticas e inclusivas, projetando soluções que respondam a essas necessidades mais prementes.

Felizmente, inúmeros arquitetos já atuam nesse sentido, porém, talvez, ainda em número insuficiente frente à demanda crescente por moradia. O leitor pode ver neste link (projetos de habitação de interesse social) alguns trabalhos dos escritórios Biselli Katchborian Arquitetos, Jirau Arquitetura, MMBB Arquitetos, H+F Arquitetos, Boldarini Arquitetura e Urbanismo e Vigliecca & Associados. Sem dúvida, trata-se de um programa bem complexo e desafiador, porém essencial e os projetos apresentados acima são inteligentes, inovadores e responsáveis. Partem da necessidade de fornecer um espaço digno com conforto técnico, segurança e salubridade a seus moradores, além de garantir o direito à cidade, à infraestrutura urbana, aos serviços e equipamentos públicos. Utilizando formas de implantação, materiais, serviços, cores e acessos diferenciados, todos esses projetos partem dos recursos oferecidos por cada um dos lotes em questão: desnível do terreno, relevo,  paisagem e cursos d'água, tudo em benefício do todo. 

Afinal, morar é preciso, sim, porém, mais do que isso: é preciso reconhecer que todos querem e merecem morar bem.

Referências

https://www.caubr.gov.br/semana-da-habitacao-2021-conclama-a-um-plano-de-acao-pelo-avanco-do-direito-a-moradia/ 

https://www.archdaily.com.br/br/950109/seis-bons-exemplos-de-habitacao-de-interesse-social-no-brasil?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=539,924 

https://www.archdaily.com.br/br/952653/habitacao-popular-e-um-exercicio-de-fazer-mais-com-menos-entrevista-com-jirau/

https://www.archdaily.com.br/br/952841/mulheres-e-a-luta-por-moradia-trajetorias-de-empoderamento-e-autonomia-na-experiencia-do-mst-leste-1 

https://www.youtube.com/watch?v=wBVThNIs_ 

3 comentários:

  1. Parabéns, Anita! A preocupação perene de servir à coletividade com o pensar, idealizar e fazer arquitetônico e urbanístico. Esses projetos hão de vingar na prática, cada vez mais. É preciso e é urgente. Abs.

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  2. No final do texto você enumera a paisagem. Isso é muito importante. Às vezes me incomoda ver iniciativas positivas, claro, para melhorar os aspectos de um lugar não privilegiado. Colorem demais os espaços cimentados, na intenção de suavizar a aridez. Mas isso não alcança os objetivos. A paisagem necessita de plantas, projetos de jardinagem. A beleza e a salubridade da vegetação são únicas.

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  3. Muito bom Anitinha!A preocupação com moradia adequada para muitos é uma questão humanitária.

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