Ecos Imateriais | Atualidade da tríade platônica

O mundo das ideias de Platão está além, muito além do caráter de impermanência e transitoriedade deste nosso mundo. Igualmente estão suas ideias da Beleza, do Bem e da Verdade, destino final de todas as coisas ou, nosso destino inexorável nesta existência: equilíbrio para expressar o infinitamente belo, bom e verdadeiro em pensamentos, palavras e atos. É a busca da areté de Platão e dos gregos. É o que humaniza o ser humano e o faz descobrir e vivenciar o melhor de si mesmo e do outro.

Para Platão, o Belo não tem a ver com nenhum padrão estético, mas com harmonia, verdade e temperança, numa conjunção de fatores que permite a manifestação plena do Bem.  A busca do Bem, portanto, passa necessariamente pela harmonia (beleza), pela verdade (sabedoria), pela temperança e, portanto, pela ética (retidão). A Verdade, a busca pelo verdadeiro, é a mais perfeita forma de buscar sabedoria e conhecimento. Por outro lado, o Bem não vai se manifestar no desarmônico, no desequilíbrio e na feiura de ações praticadas por quem desconhece a harmonia e o caráter divino dessa tríade platônica. 

Assim, buscar o Bem universal em si e para o todo significa buscar o equilíbrio, a ética, a verdade, a nobreza de atitudes; e um ser equilibrado, ético, verdadeiro e de atitudes nobres é um ser Belo. Quanto mais Belo nesse sentido, mais o Bem será expresso através desse indivíduo e mais a sociedade será bela, porque harmonizada, plena de bondade, sábia, verdadeira e justa.  

Em prol do nosso próprio equilíbrio (e do mundo), de nossa sanidade mental (e do mundo), que elevemos nosso espírito, que busquemos a beleza, a verdade e a bondade; que busquemos o caráter sutil, invisível e universal das coisas do mundo, muito além dos sentidos.

Referências:

https://www.culturaanimi.com.br/post/bom-belo-e-verdadeiro

https://www.netmundi.org/filosofia/2017/platao-etica-do-belo-e-do-bom/