sábado, 5 de agosto de 2023

Ecos Arquitetônicos | Espaços de Adoração (1)

Igreja dos Clérigos, Porto. Wiki
Matriz de Varginha, demolida em1974.
Templo, abadia, igreja, catedral, basílica, mesquita, ermida, capela, santuário, orada, oratório, local de culto... Desde sempre, a arquitetura religiosa tem lugar de destaque na história. Por longos períodos, os edifícios religiosos mantiveram mais ou menos as mesmas formas. Aos poucos, porém, também foram se modificando assim como sua nomenclatura, em função dos estilos da época, dimensão, forma, religião e condições financeiras. 
 
Catedral de Sevilha. Anita Di Marco
Mosteiro da Batalha, Portugal. Anita Di Marco
No caso da igreja católica, por exemplo, é fácil perceber essa mudança ao longo da história: das pesadas e imensas igrejas cristãs de tempos mais antigos aos singelos e sutis espaços de adoração de tempos mais recentes. É só lembrar das sensações dos visitantes em visita às grandes catedrais como as de Notre Dame em Paris e de Chartres, na França; a Basílica de São Pedro em Roma; a de São Paulo em Londres ou as imensas igrejas portuguesas, espanholas e italianas de Lisboa, Sevilha, Milão, Torino e Veneza, entre outras. 

Igreja da Luz, Japão.
Capela da Fazenda Veneza, Valinhos.

E ver as formas quase etéreas das mais construções recentes, como a Igreja da Luz ou a Capela sobre as Águas, ambas de Tadao Ando, no Japão; a minimalista Capela da Fazenda Veneza, do arquiteto Décio Tozzi, em Valinhos, no interior de São Paulo; ou a Capela brotando das ruínas de um casarão do século XIX, junto ao Museu e ateliê do ceramista Francisco Brennand, em Recife, projeto dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Eduardo Colonelli.   


Capela de Ronchamps, interior. Wiki
Capela de Ronchamps. Imagem: Wiki

Entre essas e outras belezas, não se pode deixar de fora a Notre Dame du Haut e seus incríveis jogos de luz, em Ronchamps, na França, de autoria de Le Corbusier, ou as de Niemeyer em Brasília e Belo Horizonte. Em sua maioria, são construções discretas, delicadas, sutis, que quase pairam sobre as águas ou se elevam no ar. Espaços mínimos, interferências delicadas no entorno, criando apenas um abrigo, um espaço despojado para a prática da quietude, da reverência e da adoração. Exceções nesse universo....   

Igreja da Pampulha, Niemeyer, BH.

Capela N.Sra de Fátima, BSB. Niemeyer. Wiki

Mas esta é só uma chamada para o que vem por aí: um post sobre um artigo que discute e questiona o uso único, escasso e pontual de edifícios religiosos. Aguardem!

 

 

Referências

https://www.deciotozzi.com/copia-villa-lobos 

https://revistaprojeto.com.br/acervo/paulo-mendes-da-rocha-e-eduardo-colonelli-capela-recife-31-07-2007/

https://www.archsearch.com.br/post/2020/04/13/arch-hoje-arch-detalhando-arquitetos-tadao-ando

6 comentários:

  1. Emocionante tanta versatilidade , fruto da fé

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  2. Muito elucidativo o artigo. Parabéns!

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  3. Gostei bastante Anitinha!Parabéns! Lindas e de grande simbologia.

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  4. Adorei o post! Maria Rita

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  5. Anita, entre tantas belas construções lembrei-me também da Notre Dame de Estrasburgo. Há uma interessante disputa sobre qual das duas é a mais bonita.... Aguardo pelos próximos tópicos e parabenizo-a veementemente pela qualidade de suas publicações. Obrigada por elas! (Lilian Conde)

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