quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Ecos Literários | Contos de fadas (2/3)

Voltando aos contos de fadas, aquelas histórias curtas e populares que têm origem no folclore oral de tempos remotos e falam de um mundo imaginário, nem sempre belo, com personagens fantásticos, tais como fadas, príncipes e princesas, bruxas, dragões, magos, espadas mágicas, gnomos, ogros, animais falantes, florestas que têm vida própria e por aí vai. (Ver Parte 1/3 aqui).

Como já mencionado, essa tradição oral vem de séculos e tais contos e histórias eram contados sobretudo por mulheres, portanto, antes dos conhecidos  nomes de Perrault, Grimm e Andersen. Foi Charles Perrault, advogado e poeta, o responsável por organizar a primeira coletânea desses contos, no início do século 19. E foram os irmãos Grimm que primeiramente usaram a famosa frase "Era uma vez".

Mas é importante citar as mulheres que, à frente de seu tempo, enfrentaram as dificuldades da época em que viviam, ousaram contar histórias e sobreviver em uma sociedade patriarcal, machista e preconceituosa. Uma busca rápida nos traz o nome de algumas precursoras que, nos séculos 17, 18 e 19, compilaram e contaram essas histórias, mas acabaram esquecidas em função de nomes masculinos que disseminaram os contos por todo o mundo. Além delas, muitas outras poderiam estar nessa categoria, mas mesmo assim, vale lembrar:   

—Marie-Catherine d'Aulnoy ou Madame d’Aulnoy (1650-1705) que, depois de muito ouvir  os contos populares de suas criadas, resolveu compilá-los, cunhou o termo contos de fada e publicou a primeira coleção com o tema em 1697. Contava suas histórias nos salões de Paris e, à época, era mais famosa que Charles Perrault. Veja o artigo “The Fairy Tales of Madame D'Aulnoy, de Marie-Catherine d'Aulnoy” (Princeton University Press);

—Gabrielle-Suzanne de Villeneuve (1685-1755), romancista francesa que foi influenciada tanto por Madame d’Aulnoy quanto por Charles Perrault e criou a mais famosa das primeiras versões de A Bela e a Fera;

—Jeanne-Marie Leprince de Beaumont (1711-1780), defensora da educação e da autonomia das mulheres. Depois de chocar a sociedade da época por se separar do marido, trabalhou como governanta na Inglaterra e reescreveu o conto A Bela e a Fera, transformando-a na versão mais conhecida até hoje;   

—Wanda Gág (1893- 1946), ilustradora e tradutora, traduziu e ilustrou em P&B, em 1936, os contos dos irmãos Grimm.

E como dizia o Porky Pig da Looney tunes, That's all, folks (Isso é tudo, pessoal)! Voltaremos ao tema em um novo post.

Referências

http://www.dfe.uem.br/comunicauem/2019/08/28/era-uma-vez-as-origens-dos-contos-de-fadas/

https://www.blogdaletrinhas.com.br/conteudos/visualizar/Quem-eram-as-mulheres-que-escreviam-contos-de-fadas

https://www.editorawish.com.br/blogs/contos-de-fadas-originais-completos-e-gratuitos

https://www.terra.com.br/amp/story/diversao/fabulas-dos-irmaos-grimm-contos-infantis-que-atravessam-seculos,4eb426fd21be037ede7e6b7d7db39c26rsva9dq0.html

13 comentários:

  1. Sempre fui fascinada pelos elementos. As fadas, os gnomos ,as bruxas, povoaram una bia parte da minha vida. Folclore? Pode ser. Mas que é muito interessante, é. Parabéns por este retorno ao passado. Bjs, amiga

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  2. Fascinante estes mundo dos elementais. Parabéns, amiga.

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  3. Que pesquisa maravilhosa, Anita! Intessantíssimo saber da atuação feminina na literatura, revoltante pensar que só não têm mais destaque e são mais conhecidas pq são mulheres!
    Brigada pelo texto

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    1. Oi, querida, e precisamos de muita pesquisa nessa e em outras áreas, né? Chega de exclusão.....obrigada, beijos

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  4. Que pesquisa maravilhosa, Anita! Intessantíssimo saber da atuação feminina na literatura, revoltante pensar que só não têm mais destaque e são mais conhecidas pq são mulheres!
    Brigada pelo texto

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  5. Ótimo Anitinha! Como é bom saber através de seu texto essas mulheres corajosas, que enfrentaram na suas épocas os preconceitos.
    Conto de fadas é uma delícia reviver.Bebel

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  6. Anita querida seus textos sempre nos faz pensar. Sua retrospectiva dos contos de fada mostra a importância da mulher desde os tempos idos. Sempre fui muito otimista e acredito que a soberania da mulher será reconhecida no tempo certo!! Obrigada pelos seus textos!! Fátima Terra

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    1. Mas já está muito, mas muito atrasado esse reconhecimento. É preciso pesquisar e divulgar, divulgar, divulgar até as pessoas se conscientizarem. Beijos, meu bem.

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  7. Adorei, querida Anita, saber do protagonismo das mulheres na importante arte de contar os contos de fadas! Você sempre desvela mundos e olhares por meio de pesquisas sérias e textos deliciosos!

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    1. Obrigada sempre por seus comentários tão importantes, querida Valquíria. Vc sabe muito! Bjs

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  8. Viva as mulheres, que sempre foram resistência!

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  9. Obrigada por trazer à luz o nome das mulheres contistas! Sempre imaginei que o analfabetismo feminino teria impedido a autoria feminina , de contos...Afinal eram as mães que desempenhavam com exclusividade o papel de cuidadoras dos filhos e do lar. Você alarga nossos conhecimentos @

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