segunda-feira, 11 de abril de 2016

Vida & Ioga | Ioga ao deitar

Foto: Anita Di Marco

Após um dia cheio, nada melhor do que uma prática de ioga para relaxar o corpo, a mente e dormir bem. Para isso 10-15 minutos são suficientes. Aos poucos, pode-se aumentar o tempo, desde que você não fique ansioso para terminar logo. Ioga e ansiedade não combinam. E sobretudo, lembre-se de que ioga não é acrobacia; ioga trabalha o corpo para chegar à mente, tranquilizando-a para a viagem rumo ao autoconhecimento, para que o Eu repouse em sua morada. 
Em primeiro lugar, busque um lugar tranquilo. O ideal é utilizar sempre o mesmo lugar, assim a mente vai se acostumando àquela prática e àquele espaço. No entanto, não deixe que isso seja motivo para desistir. Há que se praticar o desapego, em qualquer situação. O bom sádhaka (praticante) pratica até no transporte público. Pelo menos os exercícios respiratórios...

Seja em silêncio ou ao som de uma música suave, realize algumas respirações (pranayamas), algumas posturas (asanas), uma meditação e pronto,você harmoniza todo o seu ser para um sono reparador. Procure fazer, ao menos, de seis a dez respirações para cada asana.   
Tadasana. Imagem: yogapelapaz.com.br
Em pé, pés unidos ou levemente separados e mãos em prece (pronan mudra), respire algumas vezes (~6-10 vezes) de forma bem ampla e profunda, prestando atenção ao ritmo e ao som da respiração. Aquiete a mente e conscientize-se da importância desses momentos de silêncio. Observe a posição dos pés, das pernas, da coluna, do umbigo, ombros e queixo. Perceba sua expressão facial.  

 Na mesma posição, pés unidos (se quiser, na ponta dos pés), erga os braços e alongue-se, como se fosse tocar o teto, sempre recolhendo o umbigo e contraindo o períneo para estabilizar a região lombar. 
Talasana (equilíbrio). Imagem: yogaforbeginners.com

Afaste os pés no chão e, devagar, ainda com braços elevados, tombe para um lado e permaneça; depois, tombe para o outro lado e permaneça.  
                 Lateralização. Imagem: onlineyogaguide.com
 A seguir, aos poucos, vá descendo o tronco e as mãos até o chão. Solte o tronco, a cabeça e relaxe. Caso não consiga esticar os joelhos, deixe-os dobrados. Respeite seus limites. 
Flexão frontal. Imagem: auracacia.com
Volte devagar, joelhos dobrados, desenrolando a coluna, empilhando as vértebras, com o queixo no peito. 

Deite-se com a cabeça voltada para os pés da cama e apoie as pernas na parede. Braços soltos, ao longo do corpo ou mãos apoiadas no baixo ventre. Preste atenção na inversão da circulação, perceba a respiração e observe o movimento do umbigo subindo e descendo. Permaneça. 
Viparita Karani na parede. Imagem:asimplicidadedascoisas.worpress.com

Aos poucos, abrace os joelhos junto do peito, faça pequenos balanços laterais e, depois, com os ombros apoiados, tombe as pernas para um lado numa leve torção e permaneça; repita para o outro lado, permaneça. 
Balancinhos laterais após o viparita karani mudra.

 Tombe o corpo todo para um só lado, sente-se com as pernas cruzadas, as mãos sobre os joelhos; faça algumas respirações tranquilizantes e ritmadas. Procure prestar atenção nos quatro tempos da respiração: inspire, pulmões cheios, expire, pulmões vazios. Sem esforço, apenas observe.
Para meditar, sente-se com as pernas cruzadas, mãos sobre os joelhos e olhos fechados.
Calmamente, sem ansiedade, sem pressa, sem adormecer, faça uma pequena meditação, fique em silêncio e observe a própria respiração, sem interferir. Perceba-se presente, inteiro no momento, sem ansiedade ou expectativa. Aquietando a mente, entre em contato consigo mesmo, com sua parte mais profunda e perfeita, sua essência. Silêncio e paz.   

Depois dessa uma pequena meditação, tempo sempre individual, junte as mãos na frente do peito, em uma atitude de reverência e humildade, agradeça pelo dia vivido, pelos alimentos, pelo trabalho, pelos companheiros, pelo aprendizado, pela prática, pela Vida, até pelas dificuldades. Deite-se, confie e entregue-se a um sono restaurador. 

Namastê.

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