quarta-feira, 13 de abril de 2016

Memória, Arte & Cultura | Os móbiles de Calder



Alexander Calder, no Museu Guggenheim, em NY. Foto:www.guggenheim.org

Nos idos de 1982, visitando pela primeira vez o Museu Guggenheim, em Nova York, me deliciei ao ver o móbile de Alexander Calder (1898-1976), suspenso naquela imensa estrutura em espiral de Frank Lloyd Wright. Duas emoções causadas pela Arte e pela Arquitetura, naquela cidade. Outras se seguiriam, muitas outras. A partir daí, admirava sempre mais aquelas esculturas finas que oscilam ao sabor do vento.  

Há pouco tempo, em um final de semana em São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea da USP, vi outro de seus móbiles, o Grande Móbile Branco, de 1948, em metal pintado. 
 
Outro de seus móbiles denomina-se Black Widow (Viúva-Negra) e é bem familiar aos arquitetos, já que foi doado pelo artista ao Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB-SP e fica suspensa na sede da entidade, em São Paulo. Recentemente, esta obra foi emprestada para a Tate Gallery, em Londres, para a exposição Alexander Calder: Performing Sculptures, recém-encerradaTempo perfeito, já que o prédio do IAB estava em obras. Antes do envio a Londres, a obra foi restaurada em Nova York e agora, terminada a mostra, a escultura aérea, novinha em folha, deve voltar ao seu lugar de origem.  

Outras mostras sobre o artista estão previstas ainda em 2016, em Basileia, Suíça e São Francisco, Estados Unidos.  

Cartaz da exposição Performing Sculptures, na Tate Gallery, Londres. Foto: Divulgação

No Brasil, Calder esteve em 1948, pela primeira vez, para uma exposição no Ministério da Educação, no Rio de Janeiro, a convite do arquiteto Henrique Mindlin, ocasião em que doou a obra, acima mencionada, ao IAB-SP.  

Retornou ao país em 1959, quando expôs no MASP-Museu de Arte de São Paulo e e, mais uma vez, em 1960. Apaixonado pelo Brasil e pelo samba, adaptou os passos desse ritmo aos seus trabalhos, daí surgindo os "samba rattles". Morou no Rio, em Botafogo, e fez amigos em todas as classes sociais, dentre eles, o crítico de arte Mário Pedrosa que escreveu sobre o escultor, durante 30 anos, os arquitetos Henrique Mindlin e Oscar Niemeyer, além de Burle Marx, Pietro Maria e Lina Bardi, entre outros. A realização do projeto de uma escultura do artista para a Praça dos Três Poderes, a pedido de Niemeyer, não se concretizou.  

Em 2006, a Pinacoteca do Estado de São Paulo fez nova e grande exposição dos trabalhos do artista. 
 Viúva-Negra, móbile de Calder no Itaú Cultural, antes do envio à exposição de Londres. Foto: André Seiti. http://www.itaucultural.org.br/explore/blogs/alem-da-agenda/mobile-de-alexander-calder-e-exposto-no-itau-cultural-ate-7-de-dezembr/
 Também conhecido por Sandy Calder, o escultor e artista americano Alexander Calder(1898-1976) levou a escultura a um novo patamar, acrescentando movimento às formas.
Mobile de Alexander Calder no Terminal 4 do aeroporto JFK, em NY. Digulvação: www.airwaynews.com

 Em 1926, fixou-se em Paris, onde conheceu surrealistas, dadaístas e componentes do grupo De Stijl, dentre eles Piet Mondrian. Joan Miró, Fernand Léger, James Johnson Sweeney e Marcel Duchamp eram outros amigos. Construiu um circo em miniatura, com animais de madeira e arame, o Cirque Calder, cuja performance foi executada durante 40 anos em “espetáculos” assistidos por artistas e intelectuais.    

Alexander Calder- Mobile c 1962. Divulgação: tate.org.uk
 Em 1931, o artista, engenheiro de formação, criou sua primeira escultura cinética, movida a manivelas e motor, mas depois, abandonou as formas mecânicas ao perceber que poderia fazer as peças serem movidas pelo vento. Para diferenciar as obras não-cinéticas das cinéticas, Jean Arp denominou os objetos estacionários de Calder de "estábiles" (sólidas esculturas fixas). 

Aliás, o termo "móbiles" (placas e discos metálicos em equilíbrio unidos por fios que oscilam com o vento do vento), foi cunhado por Marcel Duchamp para designar essas estruturas, também chamadas de esculturas aéreas ou flutuantes. Apesar de aparentemente simples, seus primeiros mobiles são bem complexos, já que exigem um sistema de contrapeso bem estudado para dar ritmo e certa duração ao movimento. 
Antenna with red and blue dots. Alexander Calder. Foto: tate.org.uk
Voltou aos Estados Unidos em 1933 e representou seu país, em 1952, na Bienal de Veneza, quando foi premiado com o prêmio principal para escultura. 
Dois meses após sua morte em novembro de 1976, foi condecorado com a Medalha Presidencial da Liberdade, atribuída pelo presidente Gerald Ford, mas a família do artista preferiu boicotar a cerimônia, em favor da anistia da Guerra do Vietnã. 

Alexander Calder. Foto: tate.org.uk

Referências:  
- http://www.tate.org.uk/
- http://www.calder.org/news/blog
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Calder  
- http://www.iab.org.br/artigos/mobile-brasileiro-de-alexander-calder-em-exposicao-na-tate-modern-de-londres  
- http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,calder-e-a-seducao-do-movimento-de-seus-mobiles,20060825p6152 

3 comentários:

  1. Parabéns...o blog está otimo

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  2. Obrigada, mas nao se esqueça de deixar seu nome no corpo da mensagem. Volte sempre.abracos

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  3. Obrigada, mas nao se esqueça de deixar seu nome no corpo da mensagem. Volte sempre.abracos

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