Paulinho da Viola, Hino Nacional. Rio 2016. Foto: Divulgação |
Já
tinha preparado este post quando o grande Paulinho da Viola cantou e tocou o Hino Nacional, na bela cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, 2016. Uma beleza para os olhos e para os ouvidos. Beleza também foi ouvir o nosso hino, executado ao piano pelo pianista e maestro João Carlos Martins, na abertura das Paraolimpíadas Rio 2016. Achei
que devia mencionar o fato aqui, ao comentar o livro
escrito pelo colega Francisco Romanelli, dono de grande sensibilidade
poética, literária e musical.
As
temáticas se misturaram e deram origem à agradável narrativa que enfoca a
cultura do Samba (com "S"maiúsculo), “sistema de vida da classe mais pobre e predominantemente negra do Rio de Janeiro”, unindo música, dança, culinária,
religiosidade e poesia, e o nosso samba, com “s” minúsculo, como
“gênero musical apropriado e adotado por todas as classes sociais como nossa
matriz musical”. Dividido em três capítulos, com títulos saborosos e chamativos,
o livro desperta a curiosidade e convida o leitor a percorrer suas páginas:1- E a música criou a roda e a roda
criou o samba. 2- Pensamento sincopado: quando samba e filosofia se encontram no botequim. 3- O samba, a prontidão e outras
bossas de Noel, Paulinho e Chico.
Questões sociais, dificuldades econômicas, dissabores, amores,
encontros e desencontros da vida são discutidos, filosofados e musicados por cada um dos artistas escolhidos para apoiar a narrativa: Noel
Rosa, Paulinho da Vila e Chico Buarque, típicos representantes de certa
maneira de pensar e expressar a vida, através da música. Apesar da forma peculiar de pensar e dos estilos inconfundíveis de cada um, em seus sambas, os três dialogam com a tradição da
cultura do Samba e, poeticamente, abordam e sintetizam a
chamada “filosofia de botequim”. Noel Rosa:
cronista, filósofo do samba e questionador dos descompassos da vida, com ironia fina, humor e uma imensa produção; Paulinho da Viola:
observador e solidário, o poeta faz sua reflexão e canta as mazelas do povo sofrido, com metáforas ligadas à natureza; Chico Buarque:
como Noel, também se solidariza com a dor do outro e mergulha na rodopiante
roda da vida, na inexorável roda do tempo, na poética musical da roda do samba.
Destrinchando palavras, recursos linguísticos e musicais, Francisco Romanelli nos brinda com a análise poética de
algumas obras desses gênios musicais e termina, com maestria, com duas das mais
notáveis criações do carioca Chico Buarque de Holanda: Roda Viva e Construção. Uma
análise minuciosa, sensível, profunda e envolvente das origens do ritmo que carrega
as matrizes de nossa identidade musical e cultural. Um livro imperdível para
quem gosta de música, de história, da nossa língua, de samba e preza nossa cultura, nossas raízes e tradições culturais.
Anita, muito obrigado pela linda resenha. Valoriza a pesquisa. Que bom que você gostou. Grande abraço. Francisco
ResponderExcluirSeu trabalho é ótimo. E amigos de SP já estão querendo o livro. Posso passar seu email?
ResponderExcluirabraços
Anita
Fique à vontade. Eu deixei o remanescente na Livraria do Alessandro (Livraria Cultura). Abraços. Francisco
ResponderExcluirE aí vai o link da livraria do Alessandro, em Varginha: http://www.alessandrolivros.com.br/
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