quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Vida & Yoga | Satya, no Dia Nacional do Yoga


Yamas e Niyamas, segundo Patanjali. Imagem: studiopoyoga.com


No dia 22 de setembro comemora-se o Dia Nacional do Yoga e nos lembramos, então, dos sempre atuais yamas e niyamas de Patanjali em seu conhecido Yoga Sutras. Ahimsa (não violência) e Satya (Verdade) são os dois primeiros. O primeiro traduz o objetivo do homem - praticar e desenvolver em sua plenitude a não violência, a mansidão ou, em última instância, o amor. 
Gandhi refere-se ao segundo, a Verdade, como tão delicada como a flor do pessegueiro e por isso, deveria ser sacrificada quando fosse  ferir alguém. Respeito é não violência. Caridade é não violência. Compaixão é não violência.  Amor é não violência. 

Outro dia li uma menção a um dos personagens de Dostoiévsky, em seu livro Crime e Castigo, que dizia “eles não têm inteligência nem para mentir”.   Será mesmo? Não sei. Há mentiras tão bem formuladas, tão bem arquitetadas, tão bem vendidas, tão intensamente repetidas que passam a ser entendidas como “verdade”. 

Nestes tempos complicadíssimos em que vivemos, tempos de meias verdades e de mentiras disfarçadas, os exemplos de violência e de distanciamento de satya vêm se superando. Mentiras descaradas, desculpas esfarrapadas, explicações cínicas, omissão, disfarces, arrogância e preconceitos na hora de ouvir, analisar, escrever, assumir e "rotular". 
Mostra-se uma "verdade" conveniente, ou apenas um lado, julga-se e rotula-se com base em fatos/atos não comprovados ou em narrativas e suposições propícias ao momento. Justifica-se qualquer ação com estranhas perspectivas e repetidas frases de efeito. Lugares comuns são utilizados aos montes e todos os repetem, sem pensar e sem analisar, como autômatos ou zumbis.
Imagem: br.blastingnews.com
Há tempos, o mundo está mergulhado em diversos tipos de crise: crise econômica, de refugiados, de ética, de entendimento, de respeito, de caridade, de fé. Convive-se com tantas crises,
com tantas ausências que dá até desânimo: falta de amor, falta de respeito ao outro e à verdade, falta de bom senso, de inteligência, de empenho, de compromisso, de solidariedade e de compaixão.  
Ah! E, claro: falta de consciência. Parecemos seres embotados, hipnotizados pela mídia, pelos joguinhos, pelo nosso mundinho, pelo próprio egoísmo. A falta do respeito à Verdade, ao conceito de Satya, é um dos grandes males da humanidade atual, deste nosso século 21, tempos de modernidade líquida, de valores que se liquefazem. 

Imagem: Wikipédia
Nessa imensa crise que nos assola não há um único culpado, um bloco, uma região, uma nação, um grupo, um indivíduo. TODOS têm obrigação de ser e fazer mais e melhor para todos, para o coletivo, para o bem comum, para o planeta. De agir com respeito à verdade, com integridade e responsabilidade em relação a nós mesmos e aos outros.

Não é fácil, mas é necessário. Requer coragem, honestidade profunda e força de vontade pra mudar. Só depende de nós. Como peças de um imenso jogo de dominó, só assim conseguiremos estender essa ação e seus efeitos  a mais e mais pessoas, até abraçar o mundo todo.
Namastê.  

2 comentários:

  1. PARABÉNS! Muito feliz ao dizer: "Nessa imensa crise que nos assola não há um único culpado, um bloco, uma região, uma nação, um grupo, um indivíduo. TODOS têm obrigação de ser e fazer mais e melhor para todos, para o coletivo, para o bem comum, para o planeta. De agir com respeito à verdade, com integridade e responsabilidade em relação a nós mesmos e aos outros
    ."
    Essa é a diferença entre nações e culturas. Exemplo a japonesa e seu modo de viver globalmente com seu modo de fazer o bem comum.
    Minh'alma oriental rs,rs.

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  2. Valeu ana, obrigada pela visita. volte Sempre. Logo, logo saiu o seu livro...
    Abraços

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