Cartaz da exposição. Imagem: Divulgação IMS-RJ |
Enquanto São Paulo aguarda
a inauguração da nova sede do Instituto Moreira Sales, na Avenida Paulista, em
mais um belo projeto do escritório Andrade Morettin, a sede do Rio de Janeiro
continua esbanjando arte e beleza, a começar pelo belíssimo imóvel. Marco da arquitetura moderna, foi projetado em 1948 por Olavo Redig de Campos e projeto paisagístico de Roberto Burle Marx, para servir de moradia à família de Walther Moreira Salles (1912-2001). Na década de 1990, foi transformado em instituto para promover e divulgar a cultura, a fotografia, a literatura e as artes plásticas. Além de diversas mostras e eventos, o Instituto tem um riquíssimo acervo de fotos antigas. A começar do imóvel, qualquer visita lá é de encher os olhos. Com as belas exposições, então, é programa imperdível para cariocas e visitantes.
Instituto Moreira Salles. Rio de janeiro. Imagem: Catraca Livre |
Cachoeira do Rio São Francisco, chamada de Paulo Afonso, c.1869. Litografia de Carl Friedrich Philipp von Martius / Coleção Martha e Erico Stickel / Acervo IMS. Divulgação. |
Durante três anos, a partir de 1817, o naturalista von Martius, em companhia do zoólogo Johann Baptist von Spix, liderou
uma expedição que percorreu quase dez mil quilômetros
quadrados das regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, colhendo e
catalogando vasta quantidade de espécimes vegetais em um minucioso
levantamento da flora brasileira. O resultado final aparece na obra de
referência “Flora brasiliensis”, reunindo 20 mil espécimes vegetais, catalogados entre 1840 e
1906, em 40 volumes.
O primeiro volume inclui o
mapa produzido em 1858, no qual Martius propôs uma divisão regional para o
Brasil a partir de cinco grandes biomas: cerrado, caatinga, mata atlântica,
selva amazônica e pampa, divisão que continua em uso até hoje.
Von Martius foi professor
de botânica na Universidade de Berlim e diretor do jardim botânico de Munique,
cidade que há pouco tempo também realizou uma exposição sobre sua obra
retratando a diversidade da flora brasileira. Além disso, era um homem à frente
de seu tempo, como se depreende da proposta que fez ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), em 1843, de como se
deveria escrever a história do Brasil:
“Seu programa de
estudos incluía, pela primeira vez, a incorporação da participação popular na
grande narrativa sobre a formação da nacionalidade. "Assim, além dos indígenas e dos
portugueses, ele sugeria a inclusão das populações de origem africana",
diz Iris. "Algo muito atual como, por exemplo, o estudo da história do
tráfico negreiro e das feitorias portuguesas no continente africano. Ele também
chamou a atenção para a necessidade de investigar os mitos e tradições
indígenas, por meio da incorporação da documentação oral”. (1)
Exposição: O
mapa de Von Martius ou Como escrever a história natural do Brasil.
Curadoria: Julia Kovensky,
coordenadora de iconografia do IMS, e Iris Kantor, historiadora e professora da
Universidade de São Paulo.
Quando: De terça a domingo, das
11h às 20h, de 4 fev. a 16 abril 2017.
Onde: Instituto Moreira Salles
- Rio de Janeiro
Rua
Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400- E-mail: educativo.rj@ims.com.br
Tel.: (21) 3284-7400- E-mail: educativo.rj@ims.com.br
Notas e Referências:
IMS: http://ims.com.br/ims/visite/exposicoes/o-mapa-de-von-martius
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