Foto: Anita Di Marco, dez. 2016 |
Design
e artesanato são coisas diferentes. Têm funções diferentes. Design ou Desenho Industrial tem a ver com
criação de objetos do dia a dia, num processo industrializado e rápido, cujo
objetivo maior deve ser o de facilitar e melhorar a vida das pessoas. Desenho
Industrial tem a ver, portanto, com funcionalidade, praticidade e estética.
Artesanato,
por outro lado, é basicamente um processo manual e solitário, que vai desde a
escolha da matéria-prima à venda do produto produzido. O artesanato é a
expressão pura da cultura - ou culturas - de um país, em seus cantos mais
distantes.
Os dois
processos me encantam. Cada um no seu campo, mas hoje vou falar de artesanato. Admiro e
respeito profundamente aqueles artesãos, no mais das vezes em limitadas condições, ao
produzirem algo que consegue integrar em um único objeto: tradição, afeto, saber,
arte, beleza, delicadeza, sustentabilidade e trabalho. Peças que são símbolos
das referências culturais de uma dada comunidade, conseguidos através do
resultado final, dos processos, dos materiais e das técnicas. Peças que trazem
em si a marca de uma luta coletiva por mais qualidade de vida, por um
desenvolvimento social mais justo, pela valorização dos artesãos e por mais respeito
por esses saberes, uma forma de integração nacional através da cultura e suas tradições.
Foto: Anita Di Marco, SP, dez. 2016 |
Há peças simplesmente
únicas, inimagináveis. Tenho inúmeros objetos em
casa, pequenos em geral, mas que retratam esse saber acumulado por
gerações e com os mais diversos materiais: madeira, argila, pedra-sabão, cerâmica, sementes, cascas de árvore, tecido, ferro,
cobre, cerâmica, estanho, palha de milho, etc...
Outro dia estava em São
Paulo e visitei uma feira de artesanato com quiosques e produtos
artesanais típicos de vários países, dentre os quais, é claro, o nosso Brasil.
Gostei de muitas, muitas coisas, mas gostei, em especial, dessas flores de madeira (fotos).
Foto: Anita Di Marco, dez. 2016 |
Delicadeza elegante, simplicidade e beleza, tradição e sustentabilidade. Obra de André Emerenciano e Ana Moura, artesãos
de Pernambuco. De Recife, mais precisamente.
Autodidata, o artista reaproveita a matéria-prima de palmeira imperial, coco, couro, sementes e cerâmica.
Não resisti e comprei três de suas flores. Queria ter comprado mais. Abaixo, segue o
link do ateliê deles.
Foto: Anita Di Marco, dez. 2016 |
Referências
Todas as imagens de Anita Di Marco.
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