domingo, 11 de novembro de 2018

Ecos Urbanos | Na Península Ibérica (2/4)

Aveiro, Coimbra e a rota dos mosteiros
Continuação da Parte 1


No dia seguinte à tempestade Leslie, seguimos de carro em direção a Aveiro. As autoestradas portuguesas são impecáveis, com pouquíssimos caminhões e o tráfego flui muito bem. De negativo, muitos pedágios (chamados de portagens), cuja estrutura nos impressionou. Em muitos locais, não há cabine para pagamento. Apenas uma estrutura metálica elevada, cujos sensores registram e fotografam o carro que passa por ali. Se o motorista não tiver o equipamento chamado Via Verde (nosso Sem Parar) a cobrança vem pelo correio e deve ser paga em três dias. De qualquer forma, para o turista talvez valha a pena pegar o Via Verde e aguardar a cobrança pelo cartão. 
Rua de comércio de Aveiro. Foto: Renato Sergio Alves
 
Piso de mosaico encontrado por todo o país. Foto: Anita Di Marco

Empório das delícias portuguesas. Foto: Renato Sérgio Alves
Ao longo das estradas, vimos os rastros de destruição da passagem da tempestade Leslie. Figueira da Foz contabilizou prejuízos da ordem de 25 milhões de euros, mas os estragos foram vistos também em outras cidades como Coimbra e Aveiro. Choveu forte logo que chegamos a Aveiro. Os planos iniciais, além dos usuais pontos turísticos, incluíam conhecer a Biblioteca da Universidade (projeto de Álvaro Siza) e a fábrica de Cerâmica Vista Alegre, mas percebemos que a cidade parecia estar em choque; os moradores, assustados; os serviços, mais lentos; alguns pontos turísticos ainda estavam fechados para verificação de danos e não conseguimos visitar tudo o que pretendíamos.
Canal principal de Aveiro e seus moliceiros. Foto: Anita Di Marco
Azulejos aos milhares. Foto: Anita Di Marco

 Passeamos pelas ruas da “Veneza Portuguesa”, que teve seu fausto no século 15, graças à pesca, às salinas e ao moliço, um tipo de alga usada como fertilizante. Em 1575, depois que uma tempestade fechou a ligação com o mar, a cidade entrou em declínio e, ainda que, séculos mais tarde, a ligação tenha sido reaberta, Aveiro não retomou o status de antes. Hoje, os canais e os moliceiros, nome dos barcos típicos que recolhiam o moliço, são usados para passeios turísticos pelos canais. A cerâmica, as salinas, os doces e a gastronomia são outras atrações. Passeamos por onde era possível, provamos os ovos moles de Aveiro (uma massinha fina e branca tipo hóstia em forma de peixe, barril ou concha, recheada com um creme bem doce à base de gema de ovos) presente em todos os cafés, pastelarias e padarias da cidade e seguimos para Coimbra. 
Aveiro. Foto: Anita Di Marco
 Coimbra, cidade de cerca de 120 mil habitantes, foi capital de Portugal por mais de um século: de 1139, quando o rei Dom Afonso Henriques decidiu mudar a capital de Guimarães para o sul, até 1256, ano em que Lisboa passa a ocupar o posto. Berço de seis reis, a cidade abriga a primeira universidade criada no país e uma das mais antigas do mundo, a Universidade pública de Coimbra.
Pelas ruas de Coimbra. Foto: Anita Di Marco
Pelas ruas de Coimbra.Foto: Anita Di Marco

A chamada ‘Cidade dos Estudantes’ é cortada pelo rio Mondego que nasce na Serra da Estrela e tem sua foz no Atlântico, na região de Figueira da Foz. Lá também estavam visíveis os efeitos da tempestade: árvores caídas sobre ruas e carros; pedaços de persianas, cacos de vasos, ladrilhos e telhas no chão, além de pontos turísticos ainda fechados, como a Fonte dos Amores. Mesmo assim, caminhamos bastante, subimos e descemos escadas, ladeiras e ruelas para ter uma boa noção da topografia, do espaço da cidade, dos tipos de calçamento, muitos dos quais lembram muito o nosso pé de moleque, típico das cidades coloniais brasileiras. Aliás, as nossas cidades estavam presentes na nossa mente, praticamente todo o tempo: na arquitetura, nos azulejos, nos balcões de ferro fundido, no piso, nos postes de iluminação. 
Arcos do Jardim. Foto: Anita Di Marco
 Do nosso hotel, descemos a Rua Augusta, em direção à Praça da República, e caminhamos até encontrar o aqueduto de São Sebastião, conhecido como os Arcos do jardim, em frente ao Jardim Botânico da Universidade. Os arcos atuais são do final do século 16 e fazem referência a antigo aqueduto romano. Dali, chegamos às escadarias que dão acesso à área da milenar universidade.No alto das escadas, alguns estudantes exibiam orgulhosamente seus trajes acadêmicos. Ao vê-los, vocês já devem imaginar de quem me lembrei, não? De J.K. Rowling, cujas escolhas para ambientar os alunos e os espaços de Hogwarts tiveram, com certeza, influência não só da arquitetura da Livraria Lello, do Porto, mas também dos trajes dos estudantes de Coimbra. 
 Chegando à Universidade de Coimbra. Foto: Anita Di Marco
Coimbra. Vista a partir da Universidade.  Foto: Anita Di Marco
 Fundada em 1290 em Lisboa, pelo rei Dom Dinis, e definitivamente transferida para Coimbra em 1537, a Universidade de Coimbra – Alta e Sofia, Patrimônio Mundial da UNESCO, desde 2013, oferecia os cursos de teologia, medicina e direito até o século 18, quando foram introduzidas novas disciplinas. Hoje são sete cursos: Direito, Medicina, Letras, Ciências e Tecnologia, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências da Educação. Por muitos séculos foi a única universidade do país, descontando-se o período de dois séculos em que também funcionou a universidade de Évora fundada em 1559, encerrada em 1759 por ordem do Marquês de Pombal, quando os jesuítas foram expulsos do país, e reaberta já na segunda metade do século 20, em 1973.  
A Porta Férrea, monumental portal maneirista de 1634, dá acesso ao Pátio e Paço das Escolas, ampla área quadrangular, fechada em três lados pelas edificações da Universidade e que abriga o seu núcleo histórico. 

Porta Férrea, entrada ao Pátio das Escolas. Foto: Anita Di Marco
Pátio das Escolas, Universidade de Coimbra. Foto: Anita Di Marco
À direita, depois da Porta Férrea, vemos a Via Latina, colunata neoclássica do século 18 e, em cujo centro se destaca a grande escadaria encimada por frontão triangular. A Via Latina é a porta de entrada para outros espaços da Universidade. A torre do complexo, de autoria de Antonio Canevari (1681-1764), foi construída na primeira metade do século 18 e é ponto referencial da cidade. A torre também estava fechada para verificação dos danos causados pela tempestade.
Torre e Via Latina, ao fundo. Foto: Anita Di Marco
 Torre da Universidade de Coimbra. Foto: Anita Di Marco
  A seguir, no lado oposto e paralelo à Porta Férrea, a Capela de São Miguel (1517), com um órgão barroco de 1733 ainda em funcionamento, retábulo maneirista, teto ricamente trabalhado e paredes revestidas de azulejos. 
Pórtico da Capela de São Miguel. Foto: Anita Di Marco
A seguir, ao lado da capela e fechando o terceiro lado do pátio, a magnífica Biblioteca Joanina, denominada em homenagem a Dom João V, responsável pela sua construção (1717-1728). Ápice do barroco português, a biblioteca é um monumento à parte (fotos internas não eram permitidas), com três grandiosas salas de pé-direito alto ligadas por arcos, tetos ricamente decorados com folhas de ouro (nosso ouro) e estantes, também decoradas, repletas de livros publicados entre os séculos 12 e 18.  
Biblioteca Joanina. Foto: Anita Di Marco
Biblioteca Joanina. Detalhe. Foto: Anita Di Marco
Interessante foi saber que flashes e muitos ruídos poderiam atrapalhar os morcegos ali existentes, que dormem durante o dia e, à noite, circulam livremente para eliminar as traças e proteger aquele rico acervo. A visita à biblioteca compreendia também outros pisos do mesmo edifício: a Prisão Acadêmica e o depósito de livros. A entrada na biblioteca se dá pela lateral, as chamadas Escadas de Minerva, erguidas em 1725 sob direção de Gaspar Ferreira. 
Escada de Minerva, acesso à Biblioteca Joanina. Foto: Anita Di Marco
Escada de Minerva, acesso à Biblioteca Joanina. Foto: Anita Di Marco
Fechando o quadrilátero, no lado oposto à Via Latina, o Pátio se abre para uma vista sobre a cidade e sobre o rio Mondego, ao fundo.
Vista da Via Latina para o rio Mondego. Coimbra. Foto: Anita Di Marco

Saindo da Universidade, fomos caminhando até o Largo da Sé Nova, cuja construção data do final do século 16 e início do 17.  Passamos pelo Arco de Almedina (século 12) trecho remanescente da muralha que protegia a principal entrada da cidade intramuros e que desemboca na Rua Ferreira Borges, na Cidade Baixa, rua cheia de comércio e cafés.
Largo da Portagem, final da Ferreira Borges. Foto: Anita Di Marco
 Subindo para o Largo da Sé Nova. Foto: Anita Di Marco
 Depois fomos até a Sé Velha, a catedral do século 12, que mais parece uma fortaleza em estilo românico, como as catedrais de Braga, Lisboa e Évora, que têm aparência pesada, paredes espessas, arcos plenos, baixa luminosidade e poucas janelas, características daquele estilo.
Pelas ruas de Coimbra. Foto: Anita Di Marco

No dia seguinte, a chuva nos encontrou de novo, mas não interrompeu nosso passeio. Voltamos à Rua Ferreira Borges e de lá cruzamos o rio, pela ponte de Santa Clara, rumo aos dois mosteiros de mesmo nome: de Santa Clara (a nova, de 1677 e a velha, de 1283). Era segunda-feira e o mosteiro antigo estava fechado. No século 17, em função das enchentes frequentes que afetavam a edificação e a saúde das clarissas, iniciou-se a construção do segundo mosteiro. Sob chuva, subimos, bravamente, as ruelas escorregadias, íngremes e estreitas e fomos conhecer o novo mosteiro de Santa Clara. 
A cidade vista do Mosteiro de Santa Clara, a nova, do outro lado do rio.

Aliás, é de causar espanto observar como os carros sobrem e descem rapidamente aquelas ladeiras, até mesmo um caminhão de bombeiros (havia muitos transitando pela cidade, em função das chuvas da noite de domingo). Chegamos até mesmo a temer pela sua segurança, pois os carros derrapavam na descida, mas eles seguiam como se nada houvesse. Que habilidade (ou prática de circular por aquele chão)!  Eu jamais me aventuraria a dirigir por aquelas ruelas, ainda mais com chuva!
Mosteiro de Santa Clara, a nova. Foto: Anita Di Marco
 Claustro do Mosteiro de Santa Clara. Foto: Anita Di Marco

Última parada, a igreja e o mosteiro de Santa Cruz (1131), típico exemplar da arquitetura gótica em Portugal, com um soberbo órgão vermelho, painéis de azulejos emoldurando o púlpito, circundando a nave e o belo Claustro do Silêncio, lindíssimo com seu barrado de azulejos e muito bem recomendado por outra amiga, a escritora e pesquisadora Valquíria Maroti Carozze.  Depois de uma breve pausa para meditação no belo claustro, nova parada na Rua Ferreira Borges para reabastecimento: café, vinho, sangria e doces, porque ninguém é de ferro!  
Claustro do Silêncio, Igreja de Santa Cruz. Foto: Anita Di Marco
 Na manhã seguinte, terça-feira, demos adeus a Coimbra e seguimos para fazer a rota dos castelos-mosteiros: Tomar, Batalha e Alcobaça. O principal monumento de Tomar, cidade medieval às margens do rio Nabão, é o Castelo de Tomar, erguido no século 12 (1162) pela ordem dos monges cavaleiros templários que fizeram do castelo a sua sede. Em seu interior está o Convento do Cristo, Patrimônio Mundial pela Unesco, desde 1989. No convento, viam-se traços do conhecido e rebuscado estilo manuelino, influências góticas e renascentistas, uma profusão de elementos decorativos, ricos portais e colunas trabalhadas. A charola românica, oratório construído na mesma época é a parte mais antiga do Convento e foi transformada em capela-mor, no século 16, durante a imponente reconstrução. Outros destaques são o claustro principal e a janela manuelina do coro alto, recheada de símbolos e elementos decorativos. Hoje, o convento é um espaço cultural, turístico e religioso. 
Convento do Cristo, Tomar: piso das arcadas.  Foto: Anita Di Marco
Convento do Cristo, Tomar. Foto: Anita Di Marco.
Batalha conserva aquele que é considerado o mais expressivo mosteiro gótico de Portugal, o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, poderoso, altivo e grandioso, a começar pela sua imponente igreja com belos vitrais e uma nave central de 32 metros de altura. O Mosteiro é patrimônio mundial pela UNESCO desde 1983. A construção teve início em 1386, na vila da Batalha, e estendeu-se por cerca de 150 anos; no entanto, no início do século 16, o rei D. Manuel abandonou o projeto de ampliação do mosteiro para dedicar-se à construção de seu irmão mais famoso, o Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa. No Mosteiro da Batalha, são marcantes os arcos góticos do claustro, decorados com um incrível rendilhado esculpido na pedra, característico da arte manuelina, suas fontes e as chamadas “Capelas Imperfeitas”, altíssimas, a céu aberto e nunca terminadas, com 35 metros de diâmetro e colunas ostentando aquele belíssimo trabalho rendado em pedra. 
Mosteiro da Batalha. Foto: Anita Di Marco.
Mosteiro da Batalha. Capelas Imperfeitas. Foto: Anita Di Marco
Mosteiro da Batalha. Claustro. Foto: Anita Di Marco

Alcobaça, no distrito de Leiria e a apenas 23 km de Batalha, também se dá ao luxo de ter outro Patrimônio da Humanidade (UNESCO,1989), o Mosteiro de Alcobaça. Inspirado na Abadia de Císter, na França, sua igreja foi a primeira em estilo gótico em Portugal. A construção iniciou-se em 1178, mas só no terceiro quartel do século 13 é que os monges de Císter lá se instalaram. O pórtico principal e a rosácea conservaram o desenho original, mas quase toda a fachada foi modificada nos séculos 17 e 18. Destaque para o claustro, a cozinha, o refeitório e a sala dos reis, bem conservados. Abriga os túmulos de Dom Pedro e Dona Inês de Castro, história eternizada por Camões e reverenciada em todo o país.  
Mosteiro de Alcobaça. Igreja. Foto: Anita Di Marco
Mosteiro de Alcobaça - Dormitório. Foto: Anita Di Marco
Claustro do Mosteiro. Detalhe. Foto: Anita Di Marco
Os mosteiros são incríveis e de uma grandiosidade assombrosa: um longo, exaustivo, detalhado e admirável trabalho, com certeza, à custa de muito esforço e sofrimento. Afinal, a Igreja sempre fez questão de deixar marcas concretas em seus santuários. Vimos in loco onde muito do nosso ouro e nossas riquezas foram parar, resultando em maravilhosos trabalhos de artistas, cujas mãos habilidosas transformavam o metal, a madeira, o mármore e a pedra em obras de arte que, apesar de sua beleza, não escondem – nem deveriam – a exploração, o sofrimento e a energia daqueles que ergueram aquelas obras. 
Com relação aos ingressos para os monumentos, vale lembrar que há um ingresso conjunto para visitar os três mosteiros acima descritos e que acaba saindo mais em conta do que comprar cada ingresso separadamente. Além disso, em todo o país, pessoas acima de 65 anos têm desconto na compra de qualquer entrada. Ao menos isso, não?

Assim, depois de uma overdose de arquitetura religiosa, medieval e gótica com traços renascentistas, seguimos para a vila de Óbidos, a pouco mais de 180 quilômetros de Coimbra e destino final daquele longo dia de visitas. Chegamos à vila de Óbidos no final da tarde. Em qualquer publicação turística portuguesa, dois vilarejos se destacam no país como os dois mais preservados: Monsaraz, no Leste do país, e Óbidos, no Oeste.  O roteiro me levou para o Leste e o vilarejo do Oeste ficou para outra ocasião. Descobri que tenho muitas razões e lugares que, com certeza, me levarão de volta a Portugal! Monsaraz também vai para a lista. 
Óbidos. Vista do Castelo. Foto: Anita Di Marco
Muralha e o entorno. Foto: Anita Di Marco
Em Óbidos, cidade de pouco mais de 10.000 habitantes e sede de famosa feira internacional de livros, dormimos em um hotel muito bem recomendado, charmoso e bem localizado, mas que me tirou o sono por um fato inusitado: livros. E olhem que eu amo livros! Mas, eram livros em excesso e por todo lugar. Livros em prateleiras que iam do chão ao teto, dispostos na cabeceira da cama, empilhados nas mesinhas laterais, acompanhando as escadas, debaixo de luminárias, nas mesas de refeição.... Enfim, meu nariz reclamou um bocado.... Mas, independentemente dos livros, adorei a cidade e suas ruelas labirínticas, cheias de vasos, primaveras e gerânios enfeitando as casinhas brancas, tudo cercado pelas impressionantes muralhas do século 14. 
Óbidos: vila e muralha. Foto: Anita Di Marco
Óbidos: vila das muralhas. Foto: Anita Di Marco
  Habitada desde antes do Império Romano, a cidade de Óbidos, no distrito de Leiria, foi tomada dos mouros em 1148 e cresceu como porto. A rainha D. Isabel, em 1282, recebeu a vila de presente do marido, o rei Dom Manuel e, desde então, a cidade só foi crescendo e se embelezando. Após um período de declínio causado pelo assoreamento do porto, a vila ressurgiu e agora é um dos cartões postais de Portugal. Lembra Paraty, Tiradentes e a própria Monsaraz, que já conhecíamos por fotos.... Das inúmeras igrejas, uma delas, situada no final da Rua Direita, a principal da vila, chamou nossa atenção por ter sido recuperada e transformada em... livraria, claro!
Uma das entradas de Óbidos. Foto: Anita Di Marco
 Ah, sim! Além das muralhas, a atração em Óbidos é experimentar a famosa ginjinha, licor local de uma fruta semelhante à cereja. Toma-se o licor e come-se o copinho de chocolate por um euro! Vale provar!

No dia seguinte, os planos eram seguir até Mafra e visitar o Palácio Nacional ou Convento de Mafra. Meu interesse havia sido despertado pela leitura de “Memorial do Convento”, obra de José Saramago publicada em 1982. O livro narra a construção do convento, encomendada pelo rei Dom João V, início do século 18, com as riquezas (ouro e diamantes) vindas do Brasil. A história aborda a corrupção (inclusive a religiosa) sempre presente na natureza humana e é narrada por uma das personagens femininas de José Saramago, figuras que sempre lutam contra o poder autoritário, a exploração e a injustiça, tema recorrente nas obras de escritor português. A heroína da vez é Blimunda, amor de Baltasar, um dos operários da construção do convento. Mas Saramago que me perdoe, acabei desistindo e rumamos direto para Lisboa já que, cansados, queríamos chegar à cidade antes do anoitecer.
Continua na Parte 3.

Relato dividido em quatro partes:
P1: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-14.html
P2: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-24.html
P3: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-34.html
P4: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-44.html



Quadro de Distâncias (km)


Porto – Braga
Braga – Guimarães
55
25
Guimarães – Porto
55
Porto – Aveiro
70
Aveiro – Coimbra
62
Coimbra – Tomar
85
Tomar – Batalha
45
Batalha – Alcobaça
23
Alcobaça – Óbidos
40
Óbidos – Lisboa
89















Nota:

O relato acima também foi publicado no Portal Vitruvius, que postou um número bem maior de fotos.
DI MARCO, Anita. Na península ibérica. Porto e arredores (Parte 1). Arquiteturismo, São Paulo, ano 12, n. 140.07, Vitruvius, nov. 2018.
DI MARCO, Anita. Na península ibérica. Aveiro, Coimbra e a rota dos mosteiros (Parte 2). Arquiteturismo, São Paulo, ano 12, n. 141.03, Vitruvius, dez. 2019.
DI MARCO, Anita. Na península ibérica. Lisboa e Sintra (Parte 3). Arquiteturismo, São Paulo, ano 12, n. 142.01, Vitruvius, jan. 2019.
DI MARCO, Anita. Na península ibérica. Sevilha ( (Parte 4). Arquiteturismo, São Paulo, ano 13, n. 144.01, Vitruvius, mar. 2019. 


Referências
http://www.monumentos.gov.pt  
https://www.cultuga.com.br

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