Continuação da Parte 2
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Cidade agradável e bonita. Foto: Anita Di Marco |
Nosso hotel em Lisboa era bem perto da Estação Saldanha do metrô e este foi o meio de locomoção que mais utilizamos, além dos nossos pés, evidentemente. Ficamos experts no metro lisboeta.... Aliás, as estações de metrô da cidade são bem interessantes – frases de escritores conhecidos e anônimos, poemas, versos, obras de arte, desenhos, painéis, esculturas. Uma paisagem interessantíssima para quem sabe olhar.
R. Augusta, no Chiado e o Arco. Foto: Anita Di Marco |
Igreja do Carmo, área revitalizada. Foto:Anita Di Marco |
Mas, em
geral, a primeira coisa que me perguntam quando falo da viagem é sobre a
culinária portuguesa. De modo geral, e não só na capital, comemos muito bem
(bacalhau, nas mais diversas versões, foi sempre minha pedida), bebemos vinhos
saborosos e várias receitas de sangria que me levaram a uma viagem no tempo.
Vou contá-la. Durante os natais da minha infância, meu avô italiano tomava
vinho ou sangria e, como nós – seis ou sete netos – também queríamos provar a
bebida, ele concordava e dizia que iria fazer uma bebida muito mais linda para
nós e toda “cor-de-rosa”. Enchia nossos copos (altos) com soda limonada e
colocava frutas picadas e um centímetro de vinho tinto. Era a glória para a
criançada! Fazíamos parte do seleto grupo que tomava a linda bebida.... Aquelas
foram as primeiras sangrias cor-de-rosa que tomei na vida...e as últimas!
Portugal e em Sevilha, no entanto, me proporcionaram uma sangria bem mais
saborosa e bem menos cor-de-rosa....
Divino bacalhau em qualquer versão! Foto: Anita Di Marco |
Pasteis de nata, ou de Belém! Foto: Anita Di Marco. |
Uma
observação à parte. Impossível ir a Portugal e não se maravilhar com os diversos pavimentos usados nas ruas, calçadas e praças, e, principalmente, com os azulejos. Em sua riqueza, profusão de temáticas e cores, são usados como
revestimentos internos, externos, pisos, paredes, frisos e decoração, em geral.
Introduzidos pelos árabes, no início do século 15, com o nome de al-zulaicha, esses revestimentos, inapelavelmente,
conquistaram o universo português da construção.
No nosso
primeiro dia em Lisboa, encontramos uma amiga querida de Três Pontas, Juliana
Veloso, agora, cidadã portuguesa, que nos levou à região da Baixa-Chiado. O Chiado tem todo um valor
especial por ter renascido, depois do grande incêndio do final da década de 1980 que destruiu uma
área da cidade equivalente a dezoito campos de futebol. O arquiteto Álvaro Siza
é o responsável pelo longo trabalho urbanístico e arquitetônico de recuperação,
projeto detalhado no livro Chiado em Detalhe (Babel, 2014). Aos poucos, o bairro
renascia e se transformava em um dos mais badalados de Lisboa. Bairro da
intelectualidade, das livrarias, dos cafés, dos artistas e do comércio
tradicional. E de memórias. Muitas.
Pisos, escadas e corrimãos. Foto:Anita Di Marco |
Santa Justa e Castelo de São Jorge, ao fundo.Foto: Anita Di Marco |
Passeamos pelos Armazéns do Chiado, batemos um papo com Fernando Pessoa em frente ao café A Brasileira, fomos conhecer a Igreja do Carmo e o projeto de Siza, admiramos o elevador de Santa Justa, construído em 1902.
Sem a menor pressa, fomos descendo a Rua Augusta até chegar ao Arco da Augusta, símbolo do renascimento de Lisboa após o terrível terremoto de 1755, e à imensa Praça do Comércio, chamado de o Terreiro do Paço, entrada de Lisboa para quem vinha do mar e onde ficavam o Palácio Real e a Biblioteca, destruídos pelo mesmo incêndio.
Arco da Augusta/ Praça do Comércio. Foto: Anita Di Marco |
Praça do Comércio. Foto Anita Di Marco |
Arcadas da Praça do Comércio. Foto: Anita Di Marco |
Continuamos a descer até as margens do Tejo. Às margens do rio, fugimos de nuvens negras que prenunciavam uma tempestade (que nunca chegou) e caminhamos bastante pela região do Cais do Sodré. Sempre importante para a cidade, a região caracterizava-se como zona de construção de navios, embarque e desembarque de marujos, lojas de produtos ligados à pesca, hotéis baratos, bares e boates. Depois de um período de decadência, foi revitalizada e hoje tem um uso intenso e vibrante, com muitos bares e restaurantes, dentre eles o famoso Mercado da Ribeira.
O Tejo é mais belo que o rio que corre... Foto: Anita Di Marco |
Mercado da Ribeira. Foto: Anita Di Marco |
Trecho revitalizado do Cais do Sodré. Foto: Anita Di Marco. |
No
segundo dia em Lisboa, fomos visitar o Centro Histórico, mas antes um passeio
pela Praça Marques de Pombal, figura política que se destacou após o terremoto
de 1755, reurbanizando a cidade. Afinal, a cidade, a casa de todos, é o nosso
foco. Tomamos o famoso bondinho amarelo e fomos ao Castelo de São Jorge, que
data do século 6 a.C. e foi reconquistado pela coroa portuguesa em 1147, que
venceu os mouros numa batalha. Do Castelo, muralhas, torres, escadas e as belas
vistas panorâmicas sobre Lisboa.
Castelo: de onde se avista Lisboa do alto. Foto: Anita Di Marco |
Castelo de São Jorge. Foto: Renato Sérgio Alves |
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o
rio que corre pela minha aldeia
Poema
completo:
XX- O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
XX- O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
O Tejo é
mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o
Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o
Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,
O Tejo
tem grandes navios
E navega
nele ainda,
Para
aqueles que veem em tudo o que lá não está,
A memória
das naus.
O Tejo
desce de Espanha
E o Tejo
entra no mar em Portugal.
Toda a
gente sabe isso.
Mas
poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para
onde ele vai
E donde
ele vem.
E por
isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre
e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo
vai-se para o Mundo.
Para além
do Tejo há a América
E a
fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém
nunca pensou no que há para além
Do rio da
minha aldeia.
O rio da
minha aldeia não faz pensar em nada
Quem está
ao pé dele está só ao pé dele.
---[1] “O Guardador de Rebanhos”, in Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João G.Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática,1946.10 ed. 1993.
Vista de Lisboa, a partir do Castelo de São Jorge.Foto: Renato Sérgio Alves |
O
bairro de Belém, a sete quilômetros do Centro, nos aguardava no nosso terceiro
dia na capital. Tomamos o metrô até a Estação do Cais Sodré e de lá, o
trem que nos levaria até Belém. Fomos contando as estações:
1 – Santos, com suas lojas de design, bares, discotecas e palacetes;
2 – Alcântara, com a LX Factory, espaço industrial revitalizado e o aqueduto das Águas Livres que abastecia a cidade desde meados do século 18 e
3 – Belém, chamada região dos descobrimentos.
1 – Santos, com suas lojas de design, bares, discotecas e palacetes;
2 – Alcântara, com a LX Factory, espaço industrial revitalizado e o aqueduto das Águas Livres que abastecia a cidade desde meados do século 18 e
3 – Belém, chamada região dos descobrimentos.
Da
estação, levados pela ponte de pedestres, fomos direto ao Museu dos Coches, já
conhecido dos brasileiros e projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928).
Visita feita, atravessamos a passarela de volta sobre a avenida e a linha
férrea, e nos dirigimos ao recém-inaugurado e arrojado Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia – MAAT. O museu é parte do complexo do Museu da Eletricidade, a Central Tejo, toda em alvenaria e antiga central termoelétrica da cidade, e o novo
edifício moderno todo revestido de azulejos brancos. Projeto da arquiteta britânica Amanda Lavete
(1955), o MAAT explora as linhas curvas e o edifício surge naturalmente no horizonte,
sem agredir a paisagem, nem se impor. Ao contrário, molda-se ao entorno de
forma privilegiada, destacando as vistas para o rio, que lhe faz pano de fundo
e moldura. Além disso, a visita ao topo do museu é imperdível. O novo postal de Lisboa estava fechado e não podíamos esperar. Fica para
a próxima.
Chegando no MAAT, às margens do Tejo. Foto: Anita Di Marco |
MAAT e a ponte 25 de Abril ao fundo. Foto. Anita Di Marco |
Na
sequência e continuando a caminhada pelas margens do Tejo, chegamos ao Padrão
dos Descobrimentos, construção moderna (1940) que se destaca pela implantação e
pela altura de quase 60 metros. A obra é de Cottineli Telmo e as figuras, de
Leopoldo de Almeida. Mais algumas dezenas de metros margeando o rio, num
agradável passeio (não se esqueçam do protetor solar, ao menos no rosto), e nos
encontramos diante da Torre de Belém (ou Torre de São Vicente), outro Patrimônio
da Humanidade pela UNESCO. Sem necessidade de maiores explicações e outro
cartão postal do país, a torre, iniciada no século 14 para proteção da capital,
também faz referência ao estilo manuelino e mostra a robustez de sua
construção.
Torre de Belém. Foto: Anita Di Marco |
Terminada
a visita ao longo do Tejo, cruzamos novo pontilhão para visitar o Centro
Cultural de Belém – CCB. Só quando me vi no topo do pontilhão é que percebi que
não havíamos ido à Fundação Champalimaud, um centro de referência, pesquisa e
diagnóstico ligado ao Instituto do Câncer, a uns 500 metros adiante da torre de
Belém. A Fundação fazia parte da minha lista de edifícios modernos a visitar,
mas acabou ficando para trás. O projeto é do premiado arquiteto de Goa, Charles
Correa (1930-2015), e tem, como destaque, a ponte tubular de vidro que une dois
blocos e um jardim. Há pouco, foi lançado um documentário sobre o edifício.
Vídeo
publicado no youtube por Sankalp Meshram, em 25 de abr de 2015.
De volta
ao Centro Cultural de Belém. Projeto do português Manuel Salgado e do italiano Vittorio Gregotti, foi construído
para receber a presidência portuguesa da União Europeia 1992. Razões para
visitar o lugar não faltam: exposições constantes, eventos, mercado, café,
lojinha do museu e a fantástica coleção de obras de arte moderna da Coleção
Berardo.Centro Cultural de Belém - CCB. Foto: Anita Di Marco |
As inevitáveis filas. Foto: Anita Di Marco |
Detalhe do claustro dos Jerônimos. Foto: Anita Di Marco |
A casa
dos Pastéis de Belém só tem fila para quem vai comprar para levar e comer na
rua. Quem conhece sabe
que o melhor é entrar e sentar-se! É enorme lá dentro, mil salas, cheias de
mesas e cadeiras, tem sempre lugar! Paga-se um pouco mais, mas o pastel pode
ser acompanhado por um cálice de vinho do Porto….
Ótima
dica e mais uma razão
para voltar. O fato é que, desde que chegamos ao país, já havíamos comido
pastéis de nata em número mais do que suficiente. A essa altura, o estômago
reclamava algo salgado e fomos caminhando até um dos agradáveis restaurantes da
região onde paramos e saboreamos outro almoço delicioso, regado a vinho e
bacalhau.
Seguimos
até a estação de metrô do Cais Sodré. Como já disse, a estação é muito frequentada
e é também uma galeria de arte. O projeto é do arquiteto Nuno Teotônio Pereira e
a arte do pioneiro do surrealismo em Portugal, o poeta, crítico
de arte e pintor português Antonio Dacosta (1914-1990). Enormes painéis de
azulejos mostram a figura do coelho de Lewis Carroll (1832-1898) em Alice no
País das Maravilhas: sempre atrasado, sempre sem tempo e sempre a correr. A
intenção do artista era chamar a atenção para o corre-corre do dia a dia.
Um
vídeo-reportagem da Fundação Calouste Gulbenkian fala dos 100 anos de António
Dacosta e apresenta os desenhos do artista que
adornam as paredes da estação.
A correria diária. Estação de metrô Cais do Sodré. Foto:Anita Di Marco |
Os
100 anos de Antonio Dacosta. Vídeo publicado pela Calouste Gulbenkian.
À tarde, pretendíamos ir à Fundação Calouste Gulbenkian, passear pelos seus jardins, visitar a sede, e conhecer o museu, outro projeto de A. Siza, mas acabamos desistindo. Lembrando-nos do coelho de Lewis Carroll, mais valia o prazer de caminhar observando os edifícios, a paisagem, as cores e o céu de Lisboa do que ficar, justamente, correndo de um lado para outro.
Fomos,
então, direto até a Estação do Oriente que desemboca no Parque das Nações,
nosso destino final daquele dia. De ferro, aço e vidro, a estação é projeto do espanhol Santiago Calatrava, o mesmo
arquiteto-engenheiro da Ponte da Mulher em Puerto Madero (Buenos Aires) Ponte
Alamillo (Sevilha), e do Museu de Amanhã (Rio de Janeiro), entre tantas outras
obras. A impactante estação intermodal foi inaugurada em 1998 para a Expo.
Internacional de Lisboa.
Estação do Oriente. Projeto de Santiago Calatrava. Foto: Anita Di Marco |
Cruzamos o shopping Vasco da Gama, inundado de aço,
vidro e luz natural e logo na saída, avistamos o Homem Sol, última escultura do
artista lisboeta Jorge Ricardo Vieira (1922-1998), que faleceu no mesmo ano em
que a obra foi construída.
Diante de nós, o Parque das Nações, cinco quilômetros de extensão ao longo do Tejo, com áreas verdes e de lazer, construções singulares, pavilhões, museus, centros culturais, edifícios residenciais e comerciais, extensos espaços e amplas vistas. Parecia que estávamos em outro tempo em Portugal.
Como primeira parada, o inconfundível Pavilhão de Portugal, projeto do arquiteto Álvaro Siza para a Expo. 1998. Sua laje em concreto protendido, como uma folha de papel apoiada em dois tijolos, é um dos grandes feitos da arquitetura mundial. Hoje, a obra está em processo de recuperação. Aqui cabe uma pausa. Como arquiteta, já tinha estudado e admirado a obra de Siza, inclusive o pavilhão, mas nada se compara à emoção da experiência real. Grandiosa, admirável, ousada e brilhante, como seu criador.
Diante de nós, o Parque das Nações, cinco quilômetros de extensão ao longo do Tejo, com áreas verdes e de lazer, construções singulares, pavilhões, museus, centros culturais, edifícios residenciais e comerciais, extensos espaços e amplas vistas. Parecia que estávamos em outro tempo em Portugal.
Como primeira parada, o inconfundível Pavilhão de Portugal, projeto do arquiteto Álvaro Siza para a Expo. 1998. Sua laje em concreto protendido, como uma folha de papel apoiada em dois tijolos, é um dos grandes feitos da arquitetura mundial. Hoje, a obra está em processo de recuperação. Aqui cabe uma pausa. Como arquiteta, já tinha estudado e admirado a obra de Siza, inclusive o pavilhão, mas nada se compara à emoção da experiência real. Grandiosa, admirável, ousada e brilhante, como seu criador.
Além do
Pavilhão de Portugal, fazem parte do parque o Pavilhão do Conhecimento Ciência
Viva, projeto do arquiteto João Luís Carrilho da Graça (1952); a Altice Arena, imensa
área para shows e espetáculos, do arquiteto Regino Cruz (1954),
associado a Skidmore, Owings & Merril (SOM),
escritório que também participou do projeto da Torre Vasco da Gama; o teleférico
(telecabine para os portugueses) que, do alto, criava um interessante
contraponto com os caiaques no imenso recuo do rio Tejo, e o
Oceanário, um dos maiores da Europa e construído em 1998, com projeto
(conceitual, de arquitetura e de exibição) do arquiteto Peter Chermayeff (1932).
De longe, via-se a Ponte Vasco da Gama, atirantada
sobre o estuário do Tejo, na área que liga Lisboa a Montijo e Alcochete. Foi
construída como opção à Ponte 25 de Abril, bem próxima a Belém e que lembra a
Golden Gate de São Francisco, pelos pilares e pela cor vermelha. A Vasco da
Gama, mais recente ponte de Lisboa, foi inaugurada pouco antes da Expo 1998 e é
a mais longa da Europa ocidental com 17,2 quilômetros de extensão, sendo 13,2
sobre o estuário do Tejo. O
tabuleiro central, a 155 metros de altura, tem um vão de 420 metros de extensão.
A título de comparação, a nossa Ponte Rio-Niterói, inaugurada em 1974, tem 13,3
quilômetros de extensão. A Lusoponte, consórcio de empresas portuguesas, inglesa
e francesa, ganhou concurso público internacional para o projeto,
construção, financiamento e exploração da ponte, que se destaca como um
dos maiores e melhores projetos de engenharia civil do século 20, conforme o Instituto de Engenharia.
Oceanário e detalhe do piso, atração à parte no país. Foto: Anita Di Marco |
Sintra
O último dia em Lisboa foi reservado para Sintra, Patrimônio Mundial pela UNESCO, desde 1995, e seus monumentos: Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, entre outros. Partimos da imponente estação de trens do Rossio e, depois de uma agradável viagem de 45 minutos, chegamos à cidadezinha. Sintra é uma joia, encravada nas montanhas, cheia de verde, arte, igrejas, lojinhas e cafés.
Após uma breve caminhada pela cidade, subindo e descendo ladeiras e escadas, paramos para reabastecimento antes da ida aos monumentos e fomos à tradicional Pastelaria Periquita, em funcionamento desde 1850, e, é claro, experimentamos os doces típicos locais: queijadas e o travesseiro de Sintra!
Saindo da Estação do Rossio, chegamos a Sintra.Foto: Anita Di Marco |
O último dia em Lisboa foi reservado para Sintra, Patrimônio Mundial pela UNESCO, desde 1995, e seus monumentos: Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena, entre outros. Partimos da imponente estação de trens do Rossio e, depois de uma agradável viagem de 45 minutos, chegamos à cidadezinha. Sintra é uma joia, encravada nas montanhas, cheia de verde, arte, igrejas, lojinhas e cafés.
Sintra, vista do Palácio Nacional. Foto: Anita Di Marco |
Torre da Igreja de São Martinho, Sintra. Foto: Anita Di Marco |
Após uma breve caminhada pela cidade, subindo e descendo ladeiras e escadas, paramos para reabastecimento antes da ida aos monumentos e fomos à tradicional Pastelaria Periquita, em funcionamento desde 1850, e, é claro, experimentamos os doces típicos locais: queijadas e o travesseiro de Sintra!
A centenária Pastelaria Piriquita. Foto: Anita Di Marco |
Ruelas íngremes e seus corrimãos. Foto: Anita Di Marco |
Indo para o Castelo dos Mouros. Foto: Anita Di Marco |
A seguir,
tomamos o ônibus local (434) que nos levaria ao Castelo da Pena e ao castelo
dos Mouros. Primeiro, o castelo, ou
melhor, as ruínas do castelo dos Mouros, fortificação militar provavelmente
edificada entre os séculos 8 e 9, e ampliada depois da reconquista. Do alto, as
muralhas da fortificação muçulmana, suas torres, inúmeras escadas e vistas de
tirar o fôlego. Um dos meus favoritos! O dia estava lindo, céu azul, temperatura
agradável e nada de nevoeiro na serra. Surpresas boas do tempo!
Chegando ao Castelo dos Mouros. Foto: Anita Di Marco |
Vistas de tirar o fôlego. Foto: Anita Di Marco. |
Sintra ao longe, vista do Castelo dos Mouros. Foto: Anita Di Marco |
Próxima parada, o parque e o Palácio da Pena, no topo da Serra de Sintra. O palácio, construído no século 19 a partir de um mosteiro existente do século 16, mistura elementos, estilos, cores e detalhes decorativos. O mais interessante são as vistas que dali se descortinam.... A essa altura, já não tínhamos fôlego para a Quinta da Regaleira. Tomamos o trem das 16 horas para Lisboa. De volta à capital, fomos ao nosso supermercado preferido e conhecido já desde Porto, o Pingo Doce, e compramos algo para comer e beber no hotel. Nosso cansaço foi regado a vinho, pão português, presunto de Parma e uvas. Para que mais?
Panorama a partir do alto do Palácio da Pena. Foto: Anita Di Marco |
No dia
seguinte, nos despedimos de Lisboa com destino a Sevilha, a única cidade
espanhola que fazia parte do nosso itinerário. Aliás, é fundamental, em algum
momento, interromper o roteiro. Caso contrário, nunca mais voltamos e ficamos
eternamente viajando e conhecendo esse nosso lindo mundo.... É importante, sim,
valorizar o ir, mas também o voltar. Só assim pode-se avaliar de fato o
privilégio de uma viagem dessas.
Continua na Parte 4, a última dessa jornada.
Relato dividido em quatro partes:
P1: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-14.html
P2: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-24.html
P3: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-34.html
P4: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-44.html
P1: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-14.html
P2: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-24.html
P3: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-34.html
P4: https://anitadimarco.blogspot.com/2018/11/ecos-urbanos-na-peninsula-iberica-44.html
Nota:
O relato acima também foi publicado no Portal
Vitruvius, que postou um número bem maior de fotos.
DI MARCO,
Anita. Na península ibérica. Porto e arredores (Parte
1). Arquiteturismo, São Paulo, ano 12, n. 140.07, Vitruvius, nov.
2018.
DI MARCO,
Anita. Na península ibérica. Aveiro, Coimbra e a rota dos mosteiros (Parte 2).
Arquiteturismo, São Paulo, ano 12, n. 141.03, Vitruvius, dez. 2019.
DI MARCO,
Anita. Na península ibérica. Lisboa e Sintra (Parte
3). Arquiteturismo, São Paulo, ano 12, n. 142.01, Vitruvius, jan.
2019.
DI MARCO,
Anita. Na península ibérica. Sevilha ( (Parte
4). Arquiteturismo, São Paulo, ano 13, n. 144.01, Vitruvius, mar.
2019.
Quadro de Distâncias (km)
Porto – Braga
Braga – Guimarães
|
55
25
|
Guimarães – Porto
|
55
|
Porto – Aveiro
|
70
|
Aveiro – Coimbra
|
62
|
Coimbra
– Tomar
|
85
|
Tomar – Batalha
|
45
|
Batalha – Alcobaça
|
23
|
Alcobaça – Óbidos
|
40
|
Óbidos – Lisboa
|
89
|
Referências
http://www.monumentos.gov.pt
https://www.cultuga.com.br
https://www.oportoencanta.com
Parabéns. Um verdadeiro "guia de viagem" para aqueles que, como eu, querem visitar este país. Tomar um legítimo Porto em Porto não tem preço. Deu água na boca as experiências gastronômicas com bacalhau, peixe grelhado ou um simples pão com presunto de Parma no hotel, ao final de um dia rodando as belezas da terrinha.Belas fotos.
ResponderExcluirObrigada, Portugal é um arraso, não? Você não deixou seu nome... mas obrigada pelo comentário. Apareça sempre! bjs
ExcluirAnita
Lugares lindos! Fiquei com saudade
ResponderExcluirDiana??? obrigada, querida! bjs
ExcluirParabéns. Texto fiel retrato de Lisboa
ResponderExcluir