quarta-feira, 14 de abril de 2021

Ecos Imateriais | Yoga e os Jardineiros da Vida

Como já mencionei, desde o início da pandemia do coronavírus, além dos textos do blog Anita Plural (O vírus do despertamento, Os Novos Tempos (1) e Os Novos Tempos (2), entre outros, fazendo referência à situação atual vivida pela humanidade e que são uma forma de me colocar no mundo, eu me perguntava o que fazer para minimizar a ansiedade e os desafios trazidos pelo momento para alunos, amigos e família. Como espiritualista e professora de yoga, achei que deveria propor uma palavra, uma reflexão, algum tipo de apoio. Assim, depois das aulas de yoga em áudio, substituí o grupo de práticas pelo grupo Refletindo com ...(Anita), através do qual levava mensagens diárias de grandes figuras da humanidade.

Uma série delas trazia os conceitos conhecidos como yamas e niyamas, um abrangente código de conduta e os dois primeiros passos dos oito que compõem a filosofia do yoga, o Ashtanga Yoga de Patanjali. Assim, resumi esses ensinamentos únicos e aplicáveis em todas as épocas. Segue aqui uma ótima analogia. De fácil entendimento, o singelo relato resume e ilustra o que deveria ser a nossa prática no dia a dia, com ou sem pandemia.

* * * * * 

Imagine-se como um jardineiro. Para desenvolver-se bem, ficar viçoso e deixar as flores desabrocharem, seu jardim (ou qualquer outra atividade) precisa de empenho, esforço, energia e carinho. É preciso cultivar a mansidão (ahimsa), ser verdadeiro (satya), íntegro (asteya), moderado (brahmacharya) e desapegado (aparigraha). A cada dia, sem se iludir e sem preguiça, sem dar um jeitinho torto, cada um vai escolher como cuidar do seu jardim: com pureza (saucha) limpando, cuidando e preparando o terreno; com alegria (santosha) abrindo-se, recebendo e agradecendo o sol, a chuva, o vento e as sementes; com esforço (tapas) retirando as ervas daninhas que insistem em germinar e misturar-se às boas sementes; com estudo (svadhyaya), conhecendo a natureza, aprendendo sobre cada planta e aprendendo a esperar; ao término do plantio, praticando a entrega (Ishvara Pranidhana), cada um oferta ao universo aquele trabalho, para o qual deu o seu melhor, confiando que qualquer resultado está de acordo com a lei maior.

A cada dia, a cada etapa do plantio no jardim da vida, é preciso agir de forma correta, fazer o nosso melhor e, então, entregar e confiar, porque no tempo certo (da natureza, não no nosso tempo) o broto surge. A prática dos yamas e niyamas favorece essa reconexão com o Todo; quando assimilamos esses conceitos, o yoga passa a fazer parte de nós, passamos a viver, transparecer e ser yoga, a verdadeira união com a nossa essência.

Referências:
Espaço Dharma de Yoga – Vga, com base no texto da prof. de Olga Rodrigues
https://samatvayoga.com.br/nyamas/

10 comentários:

  1. Lindo texto e linda analogia. Eu, como sempre fui um Yogue de ouvido seguindo o Moraes Moreira canto como ele - SIM EH COMO A FLOR, DE AGUA E AR, LUZ E CALOR, O AMOR PRECISA PARA VIVER. DE EMOCAO E DE ALEGRIA E TEM QUE REGAR TODO DIA.
    Bjs.

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    1. Oi Carlos, Moraes Moreira era sábio como você. Continue cuidando de seu jardim e de suas lindas flores e frutos. Grande abraço

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  2. Os ensinamentos que as aulas de yoga me deram durante os anos que pratiquei com vc, estão sendo o suporte para atravessar essa pandemia. Meditação, respirações e práticas. Gratidão

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    1. Querida Maria Lúcia: sim, o yoga é uma bênção mesmo nas nossas vidas, na minha também. Só passo tudo o que sei. Que bom que foi e é útil para você. É o que me ajuda também nesses tempos. Saudades

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  3. Parabéns pela divulgação do seu conhecimento. Eu como leigo no assunto, achei o texto de fácil entendimento.👏👏

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  4. Muito bom Anitinha!Acredito que o Yoga nos ajuda a ficarmos mais tranquilos,uma meditação ajuda acalmar os nossos corações. Bebel

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  5. Gostei muito do texto. É instigante nos leva a apurar nosso olhar para a natureza, enxergando que tudo tem seu tempo

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  6. Olha... na aparente simplicidade está escrito o que, para mim, é difícil Empenho, dedicação, desapego... não propriamente essas atitudes. Mas os reveses. Estes, sim, vem. E como sabemos isso!
    Mas você põe no fim a palavra de esperança: CONFIANÇA.
    Assim estamos vivendo e sobrevivendo. Graças, Anita, por seus textos.

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    1. Valquíria, querida! Não podemos desanimar, não temos esse direito. Por isso a confiança, a esperança e a busca constante no nosso agir por um mundo mais humano, mais solidário e mais justo. Um beijo, meu bem. Fique bem!

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