Jem, Scoutt e Dill, no filme (1962) |
O Sol é para Todos é narrado pelos olhos de Jean Louise (Scout), uma garota perspicaz de 6 anos, órfã de mãe, que mora com o irmão mais velho (Jem, 13 anos), seu pai, o advogado Atticus Finch, e uma governanta. A história se passa em meados de 1930 em uma cidade do interior do Alabama, um dos estados no Sul do país que abrigavam a temida e odienta Ku Klux Klan. Com a cidade claramente dividida entre brancos e negros, o livro mostra o de sempre – os preconceitos da classe média branca contra os negros, pobres e atuando como mão de obra barata e desvalorizada. Na primeira parte do livro, a garota fala das aventuras que ela, seu irmão Jem e o amigo Dill viveram naquele verão e sua curiosidade sobre um estranho vizinho, Arthur Radley (Boo). Na segunda, fala da curiosidade infantil sobre o julgamento de Tom Robinson, negro injustamente acusado de um crime bárbaro contra uma jovem branca, também de família pobre. O pai de Scout, Atticus Finch foi o advogado de defesa de Tom, o que trouxe tristeza e perplexidade à família Finch, em função do preconceito com que a menina e sua família foram tratados a seguir.
Atticus Finch e Tom, no filme (1962) |
Não vou contar o que houve, mas para bom entendedor.... Aliás, outro ótimo filme, Hurricane (Furacão), com Denzel Washington, também mostra o preconceito escancarado não só de gente comum, mas também do poder constituído contra os negros. Poder dos que encarnam a justiça e deveriam ser justos com todos. Quem não assistiu a nenhum desses dois filmes, deve assisti-los. São doídos e verdadeiros. Quem não ficar indignado e com vergonha do ser humano deve estar doente do pé ou da alma.
O livro prossegue narrando a tentativa de vingança de um membro da comunidade contra os filhos do advogado de defesa. O diálogo final entre Atticus e Scout esclarece o título do livro em inglês To Kill a mockingbird. Condenar alguém que impediu a vingança (sem spoiler, lembram-se?) seria como matar um rouxinol, símbolo da pureza e da inocência, portanto, seria uma injustiça, o que sempre ocorre quando há preconceito e prejulgamento. A última fala do pai à menina nos dá esperança: “A maioria das pessoas são boas quando finalmente as conhecemos.” Viva a Literatura!
Livro: O sol é para todos (To kill a mockingbird)
Autora: Harper Lee
Tradução: Beatriz Horta
Ano da primeira publicação: 1960
Referências
http://www.oprazerdaliteratura.com.br/search/label/Resenhas
https://pt.wikipedia.org/wiki/To_Kill_a_Mockingbird
https://www.ebiografia.com/harper_lee/
Viva!
ResponderExcluirVou procurar. Acho que tenho ele aqui. Releitura é sempre bom. Obrigada pela dica.
ResponderExcluirAnita, quanta injustiça ainda existe. É incrível o preconceito de cor, raça,etnia . Vou ler este livro. Obrigada ❤️ Maria Inez Carvalho
ResponderExcluirRealmente dois filmes excelentes que têm o condão de esfregar em nossos rostos a torpeza humana e a grandiosidade a que podemos chegar quando se ultrapassa a linha do pré-conceito e se clama por justiça social! Ver além do próprio umbigo é essencial!
ResponderExcluire viva o cinema de qualidade também. Alias, sempre penso que o mundo seria melhor e o sol seria um pouco mais para todos se houvesse Arte por toda parte. Uma arte que transformasse cada um de nós em seres melhores certamente.
ResponderExcluirbjs.
Carlos SA
Ótimo Anitinha! Que algum dia o sol possa realmente brilhar para todos.Me interessei pelo livro.Vou procura‐lo.
ResponderExcluirNossa, que beleza e que força!
ResponderExcluirAbs, Anita.
Ótimos os 2, filme e livro. Sempre verdadeiros e atuais.
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