Cozinha adaptada. Imagem: Wikipedia |
Continuando o Moradia para Idosos (1), este post vem com novas reflexões. Com relação à segurança e características dessas moradias, além da óbvia escolha do lote (seguro, plano ou com pouquíssima declividade), dois aspectos surgem no horizonte. O primeiro é a necessária adaptação da tradicional moradia (não só para idosos, mas também para pessoas com algum tipo de deficiência) em casas, prédios e conjuntos habitacionais, em termos de funcionalidade, praticidade, ergonomia, acessibilidade, conforto, tecnologia e segurança. Aí entram detalhes de um projeto específico para os limites impostos pela idade: piso antiderrapante, iluminação, circulação adequada, eliminação de degraus e obstáculos, largura de portas e corredores, altura das prateleiras deixando à mão os objetos mais usados, cores claras nas superfícies de trabalho, barras nos banheiros, móveis com cantos arredondados, eliminação de tapetes etc.
Proposta SilviaBo, Suécia. Divulgação |
Quem assistiu à série Friends há de se lembrar de um episódio, se não me falha a memória, em que Rachel e Ross, personagens vividos por Jennifer Aniston e David Schwimmer, planejaram morar juntos, caso nenhum dos dois estivesse casado aos 40 anos. Bem, não foi o caso deles, mas a ideia não é nova. Na década de 1960, a Dinamarca já experimentava um conceito de cohousing (communal housing) ou moradia coletiva ou compartilhada. A proposta era similar: fugir do que o mercado apresentava e criar uma alternativa que tivesse espaço íntimo privativo e espaços comuns de convivência e alimentação.
Esse tipo de moradia também já é comum em países da Europa e da Ásia, além de Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Suécia, sempre com o auxílio do poder público. Claro, cada país propõe variações em torno do mesmo tema, por exemplo na forma de gestão, mas sempre criando uma comunidade de pessoas independentes que interagem, se divertem e se auxiliam mutuamente.
E como a porcentagem da população idosa está
aumentando no Brasil, está mais do que na hora de agirmos aqui, sociedade
civil, Estado e iniciativa privada. Porém, como eu disse no post anterior, isso vale para
todos, não só para os idosos em boa condição financeira, certo? Portanto, é hora
de colocar cabeça para pensar, o coração para sentir, a voz pelos que não têm voz e as mãos para agir...
Referências
https://jornal.usp.br/atualidades/vida-saudavel-apos-os-60-anos-pede-moradia-conectada-as-emocoes/
https://kasa.com.br/blog/dicas/coliving-entenda-como-funciona-a-moradia-compartilhada/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Coliving
https://www.eldercaredirection.com/how-to-find-senior-housing-and-care/
https://www.itsnicethat.com/news/ikea-silviabo-skanska-affordable-modular-homes-for-elderly-with-disabilities-and-dementia-200819
Anita, uma das ideias, dentro do conceito de uso comum, poderia ser a construção de condomínios para idosos, onde apenas a área íntima (quarto) seria individualizada. O restante formaria uma espécie de centro de convivência, onde os idosos interagiram entre eles. Este.
ResponderExcluirComplementando meu post anterior, nessa área de convivência os idosos poderiam conversar entre eles sobre assuntos que interessam a eles (não, é claro, sobre medicamentos). Acredito que, dessa forma, eles teriam uma qualidade de vida melhor com serviços importantes para eles!
ResponderExcluirSim, Aruam, é uma ideia e pequenos apartamentos também, em um conjunto. Importante é ser acessível à maioria da população, por isso, o problema também é do Estado! Obrigada por estar aqui, abraços
ExcluirAlém da série friends, o filme "E se todos morassemos juntos" traz fortes argumentos para a importância da manutenção da vida social, para o idoso, com coetâneos e familiares. O tema abordado por você, com mestria, alerta para a importância do tema e as ações a serem tomadas!
ResponderExcluirBem lembrao, Lilian. Ótimo filme, também... A ideia tem que estar na ordem do dia, né? Abraços e obrigada ...
ExcluirMuito interessante! Mas muito complicado.conheci algumas comunidades com interesses comuns,nos anos 80 e que depois de um tempo perceberam a impossibilidade de prosseguir no projeto. Mas que seria legal, seria.
ResponderExcluirSim. Mas você esqueceu de deixar seu nome....na verdade, acho que o mais importante e o idoso ter seu canto...esse canto pode ter quintal. Jardim cozinha, mas ele está num lugar com possibilidade de encontro, de interacao social e de serviços ... Enfim. É um tema a ser explorado seriamente. Obrigada por comentar. Abraços
ResponderExcluirMuito bom Anitinha!É importante pensar neste futuro ou quase presente dos idosos.O Brasil terá daqui alguns anos bem mais idosos.Espero que o poder público possa pensar mais nisto.
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