sexta-feira, 12 de julho de 2024

Ecos Humanos | Igualdade e Equidade

Podem parecer sinônimos, mas não são: igualdade e equidade. É aquela velha história de tratar os iguais de forma igual e de forma diferente os diferentes. Vejamos a diferença: igualdade baseia-se no princípio da universalidade, isto é, todos devem ser tratados de forma justa, com as mesmas oportunidades e tendo os mesmos direitos e deveres, sem distinção de origem, crença, cor, raça, etnia, gênero ou outro critério. Por sua vez, a equidade reconhece que não somos todos iguais, que há diferenças e que é preciso agir considerando as diferenças e suas circunstâncias, a fim de ajustar esse “desequilíbrio”.

Em outras palavras, para garantir que todos tenham os mesmos direitos, deveres e oportunidades é necessário levar em conta as diferenças individuais, sempre de maneira justa.  Num hospital por exemplo, a regra não é a ordem de chegada, mas a gravidade do mal apresentado, concordam? Na educação, por exemplo, há alunos e alunos; uns precisam de mais apoio, outros de quase nenhum, mas o grupo vai permanecer unido e se desenvolvendo se todos forem atendidos. Da mesma forma, ao lidar com indivíduos com algum tipo de deficiência, o atendimento deve ser diferente.    

Vale destacar que esses conceitos  visam garantir justiça, mas usam estratégias e caminhos diversos. Desenhando: se três pessoas de estatura diferente receberem escadas da mesma altura, o resultado final será incompatível com a justiça, porque a diferença entre elas vai continuar. Isso é igualdade. Equidade seria dar-lhes escadas de diferentes alturas, adequadas a cada um. 

No Brasil, o artigo 5º da Constituição Federal de 1988 declara o princípio de igualdade, mas nossa realidade econômica e social ainda é marcada por diferenças e desigualdades, aliás muito antigas. A Literatura e a História nos mostram o tempo todo essa enorme desigualdade. O romancista francês Victor Hugo, em sua obra Os Miseráveis, já mostrava a enorme segregação social na França do século 19, com os privilégios da nobreza e do clero, enquanto a população enfrentava extrema pobreza e fome. As tensões oriundas dessa situação culminaram na Revolução Francesa. Foi quando o conceito de igualdade começou a ganhar corpo, juntando-se, na bandeira francesa, aos termos liberdade e fraternidade. Em seguida surgiu a  Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, publicada em 1789.  

Esses conceitos, portanto, já deveriam fazer parte de qualquer sociedade há muito tempo, mas até hoje é preciso batalhar para que sejam respeitados e aplicados em todos os campos da vida: saúde, educação, habitação e lugar de moradia, trabalho, costumes e códigos de cada cultura, para a criação de políticas públicas efetivas de combate a preconceitos e segregação de qualquer espécie.

Para isso, é importante ampliar o grau de consciência de todos – sociedade, educadores e governantes, em relação a essa questão e incentivar o uso contínuo e prático de palavras-chave como compaixão, empatia, inclusão, solidariedade e equidade. Nunca é demais repetir que somos diferentes só por fora, por dentro somos todos iguais.   

Referências:

https://www.internationalwomensday.com/Missions/18707/Equality-versus-Equity-What-s-the-difference-as-we-EmbraceEquity-for-IWD-2023-and-beyond

https://achievebrowncounty.org/2021/05/defining-equity-equality-and-justice/

https://www.handtalk.me/br/blog/igualdade-e-equidade/

https://www.politize.com.br/igualdade-e-equidade/

 https://www.tjdft.jus.br/acessibilidade/publicacoes/sementes-da-equidade/diferenca-entre-igualdade-e-equidade 

13 comentários:

  1. A leitura dos
    Miseráveis, mostra o porque desta nossa amizade de tantos anos. Parabéns, amiga. Minha eterna admiração por você.
    Ione

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  2. Muito bacana! O mundo precisa de mais disso! Igualdade com equidade!

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  3. É muito importante o respeito de todos e para todos. Compaixão é a palavra empregada que me move mais. Parabéns, Anita, pelo texto! Abs

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  4. E’ stato fatto tanto tra i popoli per uguaglianza e equità ma resta ancora molto da fare per considerare l’essere umano “siamo tutti uguali “ ma siamo sulla sdraia giusta.Ciao Tonino

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  5. Muito bom Anitinha! Gostei bastante e como é necessário a igualdade com equidade. Bebel.

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  6. Isto mesmo Anita; Igualdade com Equidade ! Seria uma utopia ? Abs

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  7. Somos parte do universo, do todo. Seu artigo enfatiza bem isso. Parabéns! Aliás ,empatia ainda em falta há tempos.

    Vanilda

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    1. Cooooom certeza, tristemente, mas seguimos fazendo a nossa parte. Abraços

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