sexta-feira, 2 de maio de 2025

Ecos Imateriais | Yoga como filosofia de vida

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O convite contemporâneo para “mover-se e exercitar-se” veio para ficar. Isso é bom, porque o sedentarismo não ajuda ninguém, ao contrário. A vida precisa de saúde, atividade física e mental, alegria e movimento, mas, como dizia minha avó, usando e abusando de cautela e bom senso!  

Da mesma forma, de uns anos para cá, a prática de yoga parece ter entrado na moda. Antes disso, comecei a praticar yoga, no final dos anos 1970, no Centro de Estudos de Yoga Narayana, em Higienópolis, em São Paulo, numa época em que não havia tanta procura. Uma querida colega de trabalho do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH-SMC/SP), Márua Roseni Pacce, hoje no Núcleo de Yoga Ganesha, me convidou para fazer uma aula sua. No início, duvidei que fosse continuar, porque, havia praticado ginástica rítmica e balé durante anos e, na faculdade, jogava basquete, vôlei e até corrida, quando necessário. Teoricamente, eu não era uma praticante nata ou tradicional de yoga, mas, para minha surpresa, fui, fiz a aula, continuei e estou na área até hoje.

À época, não havia tantos professores, cursos, escolas, reportagens, textos ou livros. Tínhamos que garimpar juntos, mas íamos praticando, estudando, lendo, discutindo e aprendendo em grupo. As reuniões semanais de professores, às quartas-feiras às 13 horas, deixaram saudades. Foi uma época muito rica, de troca, convivência e aprendizado. Tudo era novo para mim e, como boa aquariana, eu bebia as novidades aos borbotões e ia atrás de muitos outros conteúdos. Assim, o tempo foi passando. Fiz o curso básico de formação de professores no próprio Narayana, tornei-me instrutora de yoga e comecei a dar aulas lá mesmo, com o ambicionado uniforme roxo que caracterizava seus professores. Havia uma aura de não-sei-quê em quem usava aquele uniforme.

Depois, no início dos anos 80, ganhei uma bolsa de estudos e fui fazer uma pós em Roma, na área de Patrimônio Histórico, mas continuei praticando yoga e estudando. Na volta, além do trabalho como arquiteta, continuei minha prática e, no final dos anos 1980, eu me mudei para Varginha, Sul de Minas. Lá criei o Espaço Dharma de Yoga, em 1990.

FMU - Prof. Deveza, Shimada e Filla.

Senti necessidade de me aperfeiçoar e fiz uma pós-graduação em yoga na Uni-FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) em São Paulo, em curso coordenado pelo professor Marcos Rojo e vinculado ao Instituto de Yoga de Kayvalyadhama, em Lonavla, na Índia. Além da presença de um ou outro indiano, o nível dos professores brasileiros era altíssimo: J.Hermógenes, Lia Diskin, S.Shimada, Cesar Deveza, Manoel Collaço, Daisy Rodrigues, Liliam Gulmini, José Antônio Filla, Monja Cohen, João Vieira  e  muitos outros.

Em Varginha, apesar da conhecida cisma mineira, no início consegui manter três turmas semanais de yoga, depois duas e, religiosamente, mantive as duas turmas por 34 anos. Durante as aulas, sempre aliei estudos teóricos à prática, tendo por alicerce o conhecido compêndio Yoga Sutras de Patanjali, base do Raja Yoga, que une ética à técnica. Além disso, sempre fizeram parte do meu dia a dia no yoga, como voluntária, oficinas, estudos teóricos, palestras e atividades ao ar livre, para várias entidades, inclusive religiosas, o que prova que o yoga vai além de qualquer doutrina religiosa. Ao contrário, permite que cada um pratique melhor e com mais consciência sua própria religião.

O que quero dizer com isso é que o yoga foi chegando devagarinho, como um convite distante e discreto, e hoje faz parte de mim; deixou de ser algo externo para se tornar uma filosofia de vida e um convite permanente ao autoconhecimento, como se estivesse lá no fundo me chamando, desde sempre. Só posso agradecer, namastê!  

Referências:

https://anitadimarco.blogspot.com/2018/05/ecos-imateriais-grandes-do-yoga-shimada.html

https://anitadimarco.blogspot.com/2017/05/ecos-imateriais-grandes-do-yoga-celeste.html

https://anitadimarco.blogspot.com/2016/03/vida-yoga-ao-mestre-hermogenes-com.html

https://institutoagf.com.br/combate-ao-sedentarismo

13 comentários:

  1. Que lindo Anita eu me lembro de tudo como se fosse hoje

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    1. Você não assinou, mas imagino que seja você, Marta, querida. Tbm me lembro como se fosse hoje! Bjs

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  2. Anita, querida! Nossa história eh a história de uma semente que germinou! E quantos frutos surgiram! Parabéns pela sua competência e dedicação!
    Em 7 de maio, completaremos 43 anos. Você é parte desta caminhada. 🪷🪻🪷🪻

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    1. Márua, meu bem, germinou lindamente. O Ganesha com 47 anos que o diga....no aniversário dos 50 anos estarei aí... Beijos e namastê!

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  3. Bom dia, Anita, relato bonito de sua história, que é um pedaço da história da Yoga em São Paulo e em varginha. Tinha uma visão bem negativa da FMU, dado pelo livro de Carlos Benedito Martins, Ensino pago: um retrato sem retoques. Seu relato ameniza um pouco essa perspectiva. Zé Marcelino.

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    1. O curso que fiz lá foi muito bom. Depois soube que o Marcos seguiu para outro espaço com o curso vinculado à escola de Kayvalyadhama....não sei hj como a FMU está....bjs

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  4. Parabéns, Anita! Sucesso! a. Eneida

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  5. Que bacana sua história e trajetória Anitinha! Bebel

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  6. Eu te saúdo, querida Anita! Um dia ainda vou lá em Varginha só pra praticar ioga com você. <3

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  7. Amiga querida, sua trajetória no yoga é muito bonita! Sigo seus passos, tentando ser uma yoguine nas atitudes do dia a dia, estudando e ensinando com humildade, o que assimilo. Obrigada por me ajudar tanto, você nem imagina o quanto!

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    1. Kaká, querida, vc não assinou, mas sei que é vc. Suas palavras, seu afeto, sua generosidade mostram isso. E eu só agradeço pela parceria e aprendizado ao longo dos anos. Namastê!

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  8. Parabéns Anita. Sempre atenta às melhores práticas, que possibilitem uma melhor qualidade de vida,em todos os sentidos.

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