quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Línguas & Poesia: Receita de Ano Novo, do poeta de Itabira

http://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm.html#receita 


Receita de Ano Novo 
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir a ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanhe ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.  


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
 

Referências: 
http://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm.html 
http://www.releituras.com    

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Paisagem Construída | Fomentando a arte urbana


Bored Panda - Street Art Artur Bordalo
Imagens: Bored Panda / Artur Bordalo. Street Art

Artur Bordalo, jovem artista português que assina Bordallo II, criou uma bela e colorida escultura ‘Olhos de Coruja’ (para ele, símbolo da educação e da cultura) em um muro da cidade de Covilhã, Portugal. Adepto da reciclagem e da preservação do meio ambiente, o artista também usou lixo – pneus, chapas de metal corrugado e outros tipos para protestar contra o consumismo excessivo de nossa sociedade capitalista. A obra foi crida para WOOL, um festival anual criado para fomentar as artes urbanas. 
 

Referências: 
http://www.woolfest.org/