quarta-feira, 3 de junho de 2015

Vida & Yoga: Yamas e Niyamas


 Já vimos que o YogaSutra, compêndio codificado pelo sábio indiano Patanjali, é subdividido em quatro padas ou bases de sustentação: Samadhi Pada: capítulo sobre meditação e iluminação; Sádhana Padacapítulo sobre a prática; Vibhutti Padao capítulo sobre poderes e conquistas; Kaivalya Padao capítulo sobre a libertação.  No segundo livro desse volume, no Sádhana Pada, está o Ashtanga Yoga, que vai explicar e organizar o sádhana (prática) do sádhaka (praticante). Aí, Patanjali divide a prática em oito passos, que caminham mais ou menos juntos, com vistas à integração final, o Samaddhi. Os oito passos são: Yama e Niyama (o que evitar e o que cultivar), Asana(postura), Pranayama(controle do prana), Pratyahara(controle dos sentidos), Dharana (concentração), Dhyana(meditação) e Samaddhi (integração).    

Os dois primeiros constituem um código de conduta, divididos em cinco restrições [yama] e cinco observações a serem cultivadas [niyama]. Juntos constituem um corpo de princípios éticos universais que podem melhorar o relacionamento do praticante consigo mesmo e com os outros. Tão nobres prescrições deveriam fazer parte do esforço de desenvolvimento de todos, mas o praticante de yoga deve procurar levá-los à perfeição.Os cinco yamas são: Ahimsa (não violência, mansidão, base do yoga); Satya (verdade); Asteya (não apropriação, não roubar); Brahmacharya (controle do desejo; moderação); Aparigraha (não acumulação, desapego). Os cinco niyamas são: Saucha (pureza)Santosha (cultivo da alegria interior); Tapas (austeridade; autodisciplina); Svadhyaya  (autoestudo e estudo dos textos sagrados); e Isvara Pranidhana (devoção, entrega a um ideal).
 
 Apontando a direção a seguir, esse indicador de conduta ética é como uma bússola para o praticante. Para seguir nessa direção, é preciso um estado de permanente atenção; é preciso exercitar uma vontade firme e deixar de agir como autômato, mero repetidor maquinal de ações e palavras. É preciso agir, a cada dia, com discernimento (viveka) e praticar. Não importa a ordem em que se pratica, ou por qual princípio começar. O importante é praticar e, aos poucos, você vai percebendo como as prescrições estão entrelaçadas e como interferem umas nas outras. Com o tempo, você vê seus esforços serem, pouco a pouco, recompensados. Começa a perceber mudanças - sutis a princípio - mas que, com o tempo, se transformam e se consolidam em seu modo de agir.   Namastê!


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