Imagem: https://ensaiosfragmentados.com/2014/02/20/ladrilho-hidraulico/ |
Lembro-me de apreciar, quando criança, os lindos
ladrilhos hidráulicos da minha casa e da casa de minha avó italiana – avó
Rosária - em São Paulo, no piso da nossa
cozinha e do terraço pequeno, uma espécie de alpendre. As duas casas eram rebatidas no mesmo lote estreito e comprido, ou seja, meu alpendre dava para o dela. O piso do banheiro era
aquele horrível cimentado vermelhão e que trincava aos poucos.... Quanto aos ladrilhos, eu admirava e
reproduzia em papel (além de criar novos desenhos) aquela padronagem geométrica
- losangos formando uma mandala em duas cores - cor de cimento e cor de
vinho. No caso, duas cores apenas, como
era comum para ambientes mais simples. As peças mais elaboradas trabalhavam com
mais cores, além de um desenho mais sofisticado.
Molde metálico antigo (ferro ou bronze). |
Pelas mãos dos imigrantes italianos, os ladrilhos chegaram
a São Paulo no final do século XIX, início do século XX e foram conquistando mercado. Perderam força
na década de 1960 com o surgimento do piso cerâmico industrial, de maior produtividade e menor custo. Embora muitas fábricas tenham
fechado suas portas, algumas permaneceram e ainda produzem os ladrilhos, um a
um, de forma totalmente artesanal.
Imagem: Boletim Mapa da Obra |
O vídeo abaixo, “Ladrilho Hidráulico um piso
ligado à memória e ao afeto”, do Portal
Intermeios da FAU-USP, retrata mostra todo o processo de produção dessa pequena
obra de arte, sua presença na arquitetura paulista e de obras restauradas que mantiveram
o mesmo padrão. Vários profissionais participam do vídeo, dentre eles o arquiteto
Carlos Lemos, querido professor da FAU. Um belíssimo vídeo.
Ladrilho Hidráulico:FAU-USP
Referências:
Nenhum comentário:
Postar um comentário