terça-feira, 28 de julho de 2015

Arte, Cultura & Memória: Folclore Brasileiro

 Imagem: http://www.aprovincia.com.br/conversa-de-pescador/folclore/ 
Em junho, já falei da riqueza de nossas tradições culturais e de nosso folclore,  quando me referi às festas juninas, no post Yes, nós temos festas juninas!  Além do Dia dos Pais, em agosto comemora-se o Dia do Folclore, no dia 22, data criada pelo governo brasileiro em 1965 para homenagear nossa rica cultura popular. O termo vem do inglês antigo e significa "povo" (folk) + "cultura, conhecimento" (lore). Segundo o dicionário Houaiss, folclore é:   
- conjunto de costumes, lendas, provérbios, manifestações artísticas em geral, preservado, através da tradição oral, por um povo ou grupo populacional; cultura popular, populário. 

Abrangente, o termo engloba tudo que identifica um povo e o caracteriza: literatura, teatro, dança, música, comida, artesanato, mitos, simpatias, brincadeiras, lendas, jogos, festas, ditos populares, superstições, parlendas, trava-línguas, etc. Fruto do imenso cadinho cultural que é o Brasil, nosso folclore tem a contribuição de diversos povos e lugares - índios, portugueses, outros europeus e africanos. Dessa mistura toda, nasceu a colorida colcha de retalhos formada por uma infinidade de pequenos pedaços diferentes em padrões, cores e dimensões. Um verdadeiro patchwork, ou colcha de retalhos. É fundamental, portanto, conhecer, estudar, cultivar e divulgar nossas tradições e costumes, como forma de manter vivas nossas raízes e nosso patrimônio cultural intangível.
Então, se você...evita passar debaixo de uma escada, morre de medo de gato preto, gosta das histórias contadas na roça, coloca um ramo de arruda atrás da orelha para espantar mau olhado, usa uma figa ou uma ferradura atrás da porta para dar sorte, bate três vezes na madeira para evitar que algo ruim lhe aconteça, usa sal grosso na água na entrada da casa para se proteger da inveja, coloca uma vassoura atrás da porta para despachar uma visita chata, gosta de festa junina, de pular fogueira, de soltar fogos e de fazer simpatias, dá três pulinhos para encontrar algo que perdeu, usa fitinha do Bonfim, gosta de brincar e cantar cantigas de roda, sabe as brincadeiras de trava-línguas... 
Enfim, se faz tudo isso e mais centenas de outras coisas, como fumar cigarro de palha, brincar de bumba-meu-boi, da malhação do Judas, Folias de Reis, congadas, procissões várias, carnaval... Saiba que tudo isso tem suas mais genuínas raízes em nosso folclore. Tenho certeza de que, quando criança, todo mundo já ouviu falar de alguns desses mitos, lendas e personagens:
- Saci Pererê: menino negro de uma perna só que, com o cachimbo e um gorro vermelho, vive voando em seu redemoinho, provocando rajadas de vento, fazendo travessuras, mas também ajudando a proteger a mãe-natureza;
- Iara ou mãe-d’água: metade mulher e metade peixe que, com seu canto atraente, atrai e encantar os homens até levá-los para o fundo do rio;
- Boto: jovem atraente que seduz  mulheres, leva-as para a beira de um rio, deixa-as grávidas e, antes da madrugada, mergulha de novo e se transforma em um boto cor de rosa;
- Curupira ou Caapora: de cabelos compridos e os pés virados para trás, também protege as matas e os animais silvestres;  
- Boitatá ou fogo-que-corre: cobra de fogo que protege as matas, florestas e os animais silvestres;
- Cuca: figura de uma velha que tem cabeça de jacaré, voz assustadora e persegue crianças desobedientes;  
- Mula sem Cabeça: mulher que, como castigo após ter tido um caso com um padre, é transformada numa mula sem cabeça que galopa e salta sem parar, nas noites de quinta para sexta-feira;
- Lobisomem: homem que, após ter sobrevivido ao ataque de um lobo, transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. E por aí vai...
Mas folclore é coisa muito séria e, quando se fala em folclore brasileiro, não se pode esquecer de figuras ímpares, como Monteiro Lobato (1882-1948), Mário de Andrade (1893-1945) e Câmara Cascudo (1898-1986), motivo para outro post.  

Referências:

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