domingo, 8 de abril de 2018

Ecos Imateriais | Não violência


Muito se fala sobre a lei do Carma, a lei do retorno. Na verdade, tudo é muito simples. Trata-se de uma lei universal: o mundo lhe devolve o que você lhe dá. Isso pode ser observado no contato do homem com o meio ambiente, com as plantas, com os animais e, é claro, com outros seres humanos.

Faça o teste com plantas. Separe dois vasos iguais e trate-os de forma diferente. Um deles terá seu carinho, regas adequadas e bons cuidados. Deixe o outro de lado. Ignore-o por completo e, depois de um tempo, você verá a diferença no resultado, de forma clara.

Com os animais, acontece o mesmo. Trate dois cães iguais, de forma diferente. Um deles recebe comida, água fresca, carinho e cuidados. O outro, nada. Imagine onde isso levará. Na Índia, são fatos bem conhecidos a situação de monges que vivem na selva. Os animais selvagens não os atacam. São Francisco era conhecido pela doçura de suas palavras e pelo amor a todos os seres. Como conseguem? A violência não os atinge porque esses seres não trazem em si a semente da agressividade, da hostilidade e do ódio. Por quê? Porque, haviam desenvolvido em si mesmos ahimsa, a não violência, que é um princípio a ser aplicado em palavras, pensamentos e atos.

Ahimsa é o primeiro princípio dos dez que compõem os yamas e niyamas, definidos dentro da explicação do que é o Ashtanga Yoga, nos YogaSutras do sábio indiano Patanjali. São dez princípios a serem praticados pelos que aspiram à realização. Sua aplicação independe de tempo, idade, ocasião, etnia ou religião. Começa-se, aos poucos, por um deles e, logo, é impossível separar um do outro, pois nossa consciência e nosso coração cobram a ação correta naquele sentido.  Parece simples, mas não é... Talvez ahimsa, a não violência, seja o mais importante desses dez princípios, porque engloba os demais e os aperfeiçoa. O conceito também pode ser entendido, em última instância, como  mansidão, amor.  E amor é o sentimento máximo, pregado e buscado, o sentimento mais puro que envolve e corrige tudo, dissolve mágoas e alivia dores. 

Talvez, a explicação mais próxima da definição de ahimsa seja a famosa regra de outro: agir com o outro como gostaríamos que ele agisse conosco. Nos tempos absurdos em que vivemos de mentiras deslavadas, de violência crescente, de agressividade e individualismo, mais do que nunca, alertas cotidianos nos são enviados e escancarados. No entanto, caímos o tempo todo e com todo tipo de justificativa e subterfúgio, sem honestidade intelectual, o que leva à quebra de outro princípio, o da Verdade. Mas isso é para outro post. 
Um dia, quem sabe, possamos chegar lá. Por ora, vale a reflexão. Pergunte-se a cada gesto, a cada pensamento, a cada ação: estou agindo como gostaria que agissem comigo? Consigo enxergar no outro, a mesma luz que brilha em mim? Ou seja, quando você diz ao outro "namastê", você de fato o vê assim? Seu "namastê" é real, verdadeiro, ou só modismo? Responda para si mesmo, no íntimo do seu coração, com sinceridade e honestidade. 

Namastê!

2 comentários:

  1. Só mesmo para quem tiver olhos para ver e ouvidos para ouvir, amiga. Difícil.

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    1. Pois é, mas um dia as pessoas aprendem... Se não for pelo amor, será pela dor... então que seja, bjs

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