domingo, 30 de agosto de 2015

Memória & Vida: Oliver Sacks agora vive na memória

Em março desse ano, publiquei o texto Sobre a iminência da morte e fiz referência a um artigo do neurocientista Oliver Sacks e sua reação ao saber que era portador de um câncer terminal. Leiam o artigo no blog e a carta dele. Hoje, domingo, 30 de agosto de 2015, ele faleceu  e a frase abaixo reflete sua aventura no mundo: "Acima de tudo, fui um ser com sentidos, um animal pensante, neste maravilhoso planeta e isso, em si, foi um enorme privilégio e uma aventura”. 
Ver a notícia da morte no El País:Morre Oliver Sacks, explorador da mente e a tolerância 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Línguas & Poesia: Quintana, nuvem e vento

Poetas são capazes de expressar o que carregamos na alma e, muitas vezes, só percebemos depois; ou expressam o que jamais pensamos que diríamos, mas quando lemos seus poemas, algo se agita em nós.  


Como assim? Será que pensei alto ou será que alguém leu meus pensamentos? Ou os pensamentos são todos iguais? Será que todos vêm de uma só fonte, de onde absorvemos os nossos? E aí costumo dizer: Uau! Bem no between! Truco! Batata! Acertou em cheio e outras invencionices minhas, ou anitices!
 
Poetas, compositores, artistas são seres que vão além, escutam o inaudível e enxergam o invisível.   
Canção de nuvem e vento 
Mário Quintana (1906-1994)

Medo da nuvem
Medo Medo
Medo da nuvem que vai crescendo
Que vai se abrindo
Que não se sabe
O que vai saindo
Medo da nuvem
Nuvem Nuvem

Medo do vento
Medo Medo
Medo do vento que vai ventando
Que vai falando
Que não se sabe
O que vai dizendo
Medo do vento
Vento Vento

Medo do gesto
Mudo
Medo da fala
Surda
Que vai movendo
Que vai dizendo
Que não se sabe...
Que bem se sabe
Que tudo é nuvem que tudo é vento
Nuvem e vento
Vento Vento! 
  
Fotos: Anita Di Marco
Referências:

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Memória & Vida: Saudade, palavra doce... Será?

 
A foto acima é das últimas fotos dele que tirei, no Horto Florestal em SP. Pascoal e seus inseparáveis acessórios: boné e bengala  

Agosto me traz à lembrança a morte de pessoa querida e muito importante na minha formação: meu pai, Sr. Pascoal, ou Pasquale, como muitos o chamavam...italiano, carcamano, calabrês...
Dizem que sou parecida com ele, sobretudo em meus momentos de impulsividade (aquele que não tiver esses momentos levante a mão [!!!], ou está mentindo). Quando tenho meus rompantes e arroubos impulsivos, meus filhos, carinhosamente, me chamam de Pascoalzinho... Em parte, acho que têm razão e fico envergonhada desses momentos... Juro que estou trabalhando nisso.
Mas, além dessa herança, ele me passou muitas coisas que ficaram firmemente gravadas em mim, como noções de ética, integridade e honestidade; de lealdade e amor à família e ao trabalho. Acho que trago tudo isso em mim. Logo depois que ele se foi, escrevi esse texto para meus familiares. Acho bastante atual e republico aqui, por ocasião do sétimo ano de seu falecimento.                       

* * * * * 
A morte nos ajuda a redimensionar nosso olhar sobre a vida, seus valores e acontecimentos, enxergando e valorizando o que de fato interessa, procurando viver com mais sabedoria, discernimento e compaixão; sobretudo porque, no caso do pai, é a grande célula familiar que começa a se romper. Sabemos ser inevitável, mas nem por isso é menos doloroso. Devemos ter em mente as boas lembranças, deixar que a saudade seja companheira suave a nos fazer sorrir e, assim, trazer a pessoa que partiu para perto do coração. Mas sem revolta.  
Dói, é verdade e é natural, mas não precisamos sofrer com isso. Cada um faz o que tem que fazer, nós também. E a hora da partida chega para todos. Na escola da vida, há um momento em que temos que passar de ano ou mudar de fase, queiramos ou não; é inevitável e independe de nossa vontade.
O que depende de nós é fazermos nosso melhor sempre, a cada dia, em cada atividade, olhando para o outro como olharíamos para nós mesmos; agindo em conformidade com nossa origem divina comum... Agindo assim, não há razão para temer a morte. 
A saudade vem, é fato, mas temos as boas lembranças e a herança que carregamos desde sempre – meu jeito meio bravinho e radical é herança dele, minha retidão e senso de justiça também, o vestir a camisa a todo custo, idem; enfim, cada um recebeu parte maior ou menor dessa herança, temos é que honrá-la. Como disse, a dor da perda é inevitável, o sofrimento não.
Acho que a música Epitáfio vem bem a calhar: aplicar o que sabemos hoje, para não nos lamentarmos depois. Só acho que não é o acaso não vai nos proteger; nossas atitudes é que irão nos proteger e preparar-nos para quando chegar nossa hora.
Anita Di Marco (Em 02 setembro 2008)
Epitáfio (Titãs)
Composição: Sérgio Britto

Devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer...
Devia ter arriscado mais e até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado as pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração...
O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
Queria ter aceitado a vida como ela é
A cada um cabe alegrias e a tristeza que vier...
O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger enquanto eu andar...(2x)
Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr...

 
Vídeo: Titãs - Epitáfio (Clipe Oficial) - Publicado em 3  jun  2012. 
https://www.youtube.com/watch?v=YOJiYy1jgRE - 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Paisagem & Arte Urbana: Borba Gato

 http://www.saopauloantiga.com.br/borba-gato
Obras de arte em logradouros públicos são maneiras de apropriação do espaço urbano. Independentemente de qualificativos, obras de arte, estátuas, bustos, grafites etc. são referenciais importantes que caracterizam e delimitam logradouros. Podem ter valor afetivo para uma dada comunidade, podem ser fruto do trabalho de ancestrais, ou ainda resultado de determinada técnica construtiva. O fato é que se transformam em cartões postais de uma cidade e, goste-se deles ou não, eles são o que são: referenciais urbanos. Quem não conhece um dos cartões postais de São Paulo, ou melhor, de Santo Amaro? A imensa estátua de Manuel Borba Gato (1649-1718) paulista, bandeirante e genro de Fernão Dias Paes (ver aqui). 
 
Com certeza, a estátua não passa despercebida com suas 20 toneladas de peso e 13 m de altura, contando o pedestal de quase dois metros. Inaugurada em 1963, na confluência das avenidas Adolfo Pinheiro e Santo Amaro, a obra do artista Júlio Guerra (1912-2001) foi fruto de concurso público para homenagear o quarto centenário do então município de Santo Amaro, na época autônomo, e levou seis anos para ser construída pelo artista e quatro ajudantes. O artista usou trilhos de bondes para montar a estrutura de concreto e a revestiu com pedras coloridas de basalto e mármore, criando assim um enorme mosaico tridimensional. Ereta, a figura porta roupas e chapéu do século XVII, um enorme trabuco apoiado no chão e o olhar perdido no horizonte.
 
A "estátua" já mereceu os mais variados qualificativos: imponente, brega, marcante, sem graça, horrível, de mau gosto, desnecessária, infame etc... De qualquer forma, alheia às críticas, a estátua continua a exercer seu papel de referencial urbano e (controverso) cartão-postal da cidade de São Paulo. 

Referências:
 
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/patrimonio_historico/adote_obra/index.php?p=4520%20target=blank 

sábado, 22 de agosto de 2015

Línguas & Literatura: Guerreiros da Esperança

Livros são joias preciosas que preenchem o tempo ocioso, ampliam o conhecimento, exercitam o pensamento crítico e refinam os sentimentos. Minha filhota tem um dom especial para garimpar livros tocantes e verdadeiros. Um dos que li, recentemente, é Guerreiros da Esperança, presente dela. Baseado em fatos reais e mostrando a força que reside no grupo, o livro narra os sonhos infantis para alcançar um futuro melhor;  sonhos ameaçados pelo presente - o quase inevitável fechamento da distante escola de aldeia que representa sua única saída para aquele futuro. A consciência do poder da educação, o respeito pelo outro e o valor da amizade pontuam este volume terno, sensível e que aquece o coração e a esperança.    
Livro de estreia do autor indonésio Andrea Hirata, Guerreiros da esperança quebrou recorde de vendas em seu país, onde se passa a ação, e contribuiu para o desenvolvimento da literatura local. O cenário - a ilha de Belitung, na Indonésia, rica em recursos naturais e com imensos contrastes sociais - é descrito e visto pelos olhos de um dos personagens da história, Ikal, garoto pobre que sonha em estudar e enfrenta desafios cotidianos para isso. Ikal e seus companheiros do grupo Laskar Pelangi, os Guerreiros do Arco-Íris, pedalam longos trechos em estradas barrentas para ir à escola, estudam, vivem aventuras e desafios, descobrem sentimentos novos, conquistam vitórias, crescem, sofrem e riem juntos e, ao mesmo tempo, tentam evitar o fechamento da escola da aldeia, símbolo de esperança e porta de entrada para outro mundo, diferente daquele que seus pais poderiam lhes dar.   
Para garantir aos alunos o direito inalienável à educação, a professora e quase menina Bu Mus e o incansável diretor Pak Harfan lutam como quixotes contra os dragões reais da burocracia e dos interesses econômicos. Juntos, professora, diretor e alunos tentam manter vivos os valores da educação e da amizade. Juntos percorrem um caminho duro, intenso e sofrido.  
Não deixem de ler. Um presente ao coração e à fé no poder da vontade.  
ObraGuerreiros da Esperança, de Andrea Hirata. Tradução: Regina Lyra. São Paulo: Ed.Arqueiro,2012     
 
Referências

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Vida & Cultura: Gafes internacionais...

Dia desses, lendo o site Bored Panda (ainda intrigada com o coitadinho), topei com uma postagem sobre 18 erros que turistas cometem ao viajar para outros países. Parece óbvio para mim que, antes de qualquer viagem, o ideal é montar um caderninho de informações sobre o lugar a ser visitado, história, cultura, arquitetos, patrimônio histórico, grandes artistas, principais hábitos alimentares, festividades, o que visitar, como, quando, etc. 
Ao menos, é o que faço e acho que todo viajante deveria fazer antes de embarcar. Assim, a gente aprende algo antes de ir, já vai saboreando a visita e se previne contra possíveis gafes culturais, certo? 
Mas, voltando à postagem, o site trazia exemplos bem interessantes, por exemplo: Você sabia que dar gorjetas no Japão é considerado ofensivo? Eu não... 
Confira as gafes na imagem abaixo; pratique seu inglês e prepare-se para uma viagem sem surpresas desagradáveis.  
Referências

domingo, 16 de agosto de 2015

Reflexão: Querer e ser.

Temos que ser a transformação que queremos ver no mundo. 
- M.Ghandhi (1869-1948)

 
Imagem: http://www.agnt.org/64-days   

O pior cego é aquele que não quer ver; o pior surdo é o que não quer ouvir. Em tempos de hostilidades e intolerâncias, de ofensas desmedidas e insultos tortos; de mentiras consentidas e meias verdades, de hipocrisia e acusações; em tempos sem memória e sem utopias, de acomodação individualista, de divórcio da realidade e do bem comum, em tempos de conceitos embaraçados e confusão acatada sem um pensar crítico, este texto está cada vez mais atual. 
Ser o que se quer do outro. Fazer o que se quer que o outro nos faça. Simples, assim. É fazer sua ação corresponder ao que você fala e sua fala corresponder àquilo que você sente e pensa, porque agir é concretizar em ato aquilo que está no coração. Isso é coerência. 
É o que Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido por Mahatma (grande alma), pregava. Aliás, Gandhi possuía dois livros de cabeceira, Novo Testamento e o Bhagavad Gita. Ele dizia que, se todas as bibliotecas do mundo fossem destruídas em um incêndio e restasse apenas o Sermão da Montanha, o mais completo guia para a evolução espiritual da humanidade, nada teria sido perdido. 
Assino embaixo e procuro praticar essa coerência, a cada dia.  

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Línguas & Literatura: A Casa das palavras

Na casa das palavras, sonhou Helena Villagra, chegavam os poetas. As palavras, guardadas em velhos frascos de cristal, esperavam pelos poetas e se ofereciam, loucas de vontade de ser escolhidas: elas rogavam aos poetas que as olhassem, as cheirassem, as tocassem, as provassem.
Os poetas abriam os frascos, provavam palavras com o dedo e então lambiam os lábios ou fechavam a cara. Os poetas andavam em busca de palavras que não conheciam e também buscavam palavras que conheciam e tinham perdido.  Na casa das palavras havia uma mesa das cores. Em grandes travessas as cores eram oferecidas e cada poeta se servia da cor que estava precisando: amarelo-limão ou amarelo-sol, azul do mar ou de fumaça, vermelho-lacre, vermelho-sangue, vermelho-vinho... 

- Eduardo  Galeano (1940-2015). O livro dos abraços, 9a.ed. Porto Alegre: L&PM, 2005.
 
Imagem: http://www.portuguesgratis.com.br/formacao-de-palavras/ 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Arte & Cultura: Expo de Oneyda Alvarenga em Varginha

Agora que a Prefeitura de São Paulo comemora os 80 anos de sua biblioteca pública,  decidimos também homenagear a varginhense que foi aluna, amiga e organizadora da obra de Mário de Andrade, através da Biblioteca Municipal. Não deixem de ver as comemorações dos 80 anos de criação da Biblioteca Oneyda Alvarenga no Centro Cultural São Paulo e aqui em Varginha.
O objetivo é recuperar, divulgar e repercutir o trabalho e obra de personagens-chave da cultura varginhense e/ou mineira, já que muitas vezes, essa obra atinge repercussão estadual e até nacional, mas, por motivos vários, é subvalorizada em sua própria terra natal. Propõe-se ainda um questionamento ao visitante acerca de sua própria linha de tempo.
A mostra foi inaugurada esta semana, no campus Varginha da UNIFAL- Universidade Federal de Alfenas e dia 24 será aberta no campus Imaculada da UNIFENAS.  


    
Exposição: Oneyda Alvarenga & Eu - Seu tempo, sua busca, sua obra. 
Realização: Projeto Nômades: Circuito Cultural e Exposições Ela, Ele & Eu 
Quando e Onde:
UNIFAL ---- De 11 a 23 de agosto 2015.   
UNIFENAS – De 24 de agosto a 05 de setembro de 2015. Abertura às 20h30min.
Concepção, Curadoria e Realização: Anita Di Marco & Vanessa CTReis
Pesquisa: José Roberto Sales
Colaboração: Francisco Antonio Romanelli
Chancela: Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências – AVLAC.  
PatrocínioUNIFAL- Universidade Federal de Alfenas
                    UNIFENAS- Universidade José do Rosário Vellano
                    P.J. Prado – Corretora de Café

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Arte & Cultura: Mais chorinho...

Ultimamente, tenho trabalhado ao som de chorinho, cada vez mais. Os sons do cavaquinho acariciam meus ouvidos, me trazem ânimo, alegria e me dão asas... Impossível ficar triste ou desanimada com essas belezas. Tenho vários preferidos: Brasileirinho, Tico-tico no fubá, Naquela mesa, Delicado/atrevido de Waldir Azevedo (1923-1980); Odeon de Ernesto Nazareth (1863-1934); Assanhado de Jacob do Bandolim (1918-1969), entre tantos outros, mas dessa vez trouxe Waldir Azevedo com Brasileirinho, composição de 1949. Apreciem! 

Vídeo: Enviado em 25 de jun de 2011 https://www.youtube.com/watch?v=uIccry2wHs8

sábado, 8 de agosto de 2015

Paisagem Construída: Arte Urbana - mural em madeira

Arte urbana é um tema bastante amplo. Outro trabalho interessante de arte urbana é o da criação de murais com outros materiais, além de tinta, como o do belga Stefaan De Croock que montou um belo mural com peças de madeira descartadas como portas ou partes de mobiliário.    

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Paisagem Construída: Arte Urbana


Milhares de coletes na instalação do artista chinês Ai Weiwei. Berlim
Foto: Oliver Lang /Cortesia konzerthaus Berlim.
Coletes salva-vidas são o mote da instalação-denúncia do artista contemporâneo, cineasta, arquiteto e ativista chinês Ai Weiwei (1957), que reuniu 14.000 desses coletes da ilha de Lesbos, na Grécia, onde milhares de refugiados aportaram após a dura travessia por mar. Objetivando chamar a atenção para essa crise humanitária, representou, através dos salva-vidas, as incontáveis vidas alteradas. Seu instagram também traz centenas de fotos e vídeos dos refugiados, em busca de asilo. 

Instalação de Ai Weiwei em sala de concertos alemã.
 Foto: Oliver Lang / Cortesia konzerthaus Berlim.
O artista envolveu os seis pilares da entrada principal da sala de concertos Konzerthaus, em Berlim, com os coletes de cor laranja. Cada um foi amarrado ao outro e depois fixado nas colunas; cada um representa a vida de alguém, homem, mulher ou criança, cuja chegada em Lesbos é apenas o começo de uma nova e difícil fase. A instalação foi realizada em fevereiro 2015.   
Ai foi também consultor artístico do escritório suíço dos arquitetos Herzog & De Meuron, para o projeto do Ninho de Pássaro, o estádio de Pequim para os Jogos Olímpicos de 2008. 
https://www.artsy.net/artist/ai-weiwei  

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Vida & Yoga: Meditação em um minuto

Por mais que tenhamos ouvido e lido sobre os benefícios da meditação, nada se assemelha à prática. Não se aprende meditação por leitura, assim como não se consegue ter uma experiência do yoga sem praticá-lo. Por isso quando alguém me pede para assistir a uma aula de yoga, eu respondo que não pode. Simplesmente não pode! Se quiser fazer aula, tudo bem; mas assistir, nunca. Porque só a prática é que lhe dará uma noção (pequena) do que é o yoga e de seus benefícios. O mesmo se dá com a meditação.  
Comece com um distanciamento dos sentidos (pratyahara) e passe à concentração (dharana). Meditação (dhyana) implica estar presente (como o yoga e como a própria vida), observando, sem se deixar influenciar e/ou perturbar e/ou distrair por pensamentos, ruídos ou lembranças, até perder a noção do tempo, até integrar-se e dissolver-se nessa percepção (samadhi).
Estar presente e inteiro, no momento da prática, no momento da ação, no momento da meditação. Estar onde você está. Sentir os batimentos cardíacos, sentir e perceber cada fase da respiração: inspiração (puraka), pulmões cheios (khumbaka), expiração (rechaka) e pulmões vazios (bahia khumbaka). Quase sentir uma não-vontade de respirar...
Sentir os movimentos da mente, perceber os pensamentos que, com certeza surgirão, mas deixando que eles passem, como nuvens, sem se perturbar ou se apegar a eles. Apenas ser. 
Ouvir os ruídos, mas sem fixar neles sua atenção, sem se perturbar. Afinal, o mundo seguirá existindo apesar de você e de sua meditação. Desligue-se disso tudo e apenas pratique o ser.
Parece difícil, mas não é. Por isso achei esse vídeo bastante didático que compartilho aqui e vai propor um minuto de meditação.
 
Meditação em um instante, legendado (One Moment Meditation, with pt-BR subtitles)-https://www.youtube.com/watch?v=IPrOlrYHsoQ 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Reflexão: Meditação e tranquilidade...

Se a água barrenta ficar quieta por algum tempo, o barro se depositará no fundo e a água se tornará clara. Na meditação, quando o barro de seus pensamentos inquietos começa a depositar-se, o poder de Deus começa a refletir-se nas águas claras de sua consciência.  
- Paramahansa Yogananda (1893-1952)   

Foto: Anita Di Marco, Maceió. Julho, 2013. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Arte & Cultura: Bailarina brasileira recebe prêmio Príncipe Claus

Criado pela Fundação Príncipe Claus da Holanda, o Prêmio Príncipe Claus é destinado a pessoas que fazem da cultura um projeto de  vida. A cada ano, são premiados onze representantes da área cultural na África, América Latina, Ásia e Caribe, que “realizam um trabalho de qualidade excepcional e grande impacto social, em regiões em desenvolvimento”. Em 2014, um dos prêmios coube à coreógrafa e bailarina brasileira Lia Rodrigues, irmã da arquiteta Cecília Rodrigues dos Santos.
Especialistas do mundo todo são convidados para indicar candidatos e , depois, um comitê avalia as sugestões. Dez prêmios são entregues por Embaixadores da Holanda aos laureados em seus respectivos países.
Em 2014, o Prêmio Principal foi concedido a Abel Rodriguez, artista, fitólogo e ancião em uma comunidade colombiana. No mesmo ano, a dançarina e coreógrafa brasileira Lia Rodrigues foi contemplada  com um dos dez Prêmios Príncipe Claus. Na vanguarda da dança contemporânea no Brasil, criando coreografias ousadas e impressionantes do ponto de vista técnico, ela abriu sua Companhia de Dança numa favela do Rio de Janeiro, onde também dirige a Escola de Dança da Maré, que gera experiências novas e cria oportunidades dentro da comunidade. A premiação será no Centro de Artes da Maré, no próximo dia 8 de agosto.

Parabéns Lia, pelo excepcional e admirável trabalho e por mais esta vitória.   
 
Lia Rodrigues 
Fonte: http://www.conectedance.com.br/quem-faz-a-diferenca/lia-rodrigues-arte-aliada-a-desenvolvimento-humano/ 

 
Centro de Artes da Maré
Fonte: http://mapadecultura.rj.gov.br/manchete/escola-livre-de-danca-da-mare   
Referência:
http://brasil.nlembaixada.org/noticias/2014/09/premio-principe-claus.html 

domingo, 2 de agosto de 2015

Paisagens: Lavandas, lavandas e mais lavandas...

Já falei de Cunha, estância climática situada no Vale do Paraíba, em São Paulo,  e seu O Lavandário em  O espetáculo das lavandas em Cunha, portanto programe-se para fazer uma visita à cidade e conhecer o local; a visita pode ser virtual, em primeiro lugar, mas, depois, tenho certeza de que você vai querer conhecer, cheirar, tocar e fotografar. É de encher os olhos e a alma... Em Cunha, você pode ver paisagens assim, o ano todo... As fotos acima foram tiradas em janeiro de 2015. Talvez mais claras, mas tão lindas quanto as do link abaixo (Bored Panda), do qual sou fã... 
 
 
 
 
Não... Não me perguntem, não sei por que o coitadinho do urso panda está entediado. Cá entre nós, confesso que isso também me intriga...  Mas, voltando, sempre que abro o site, vou rolando a barra e encontro meios divertidos de ler, praticar inglês e descobrir coisas, digamos, inusitadas e diferentes, além de fotos lindíssimas.    
Fotos: Anita Di Marco, Cunha. jan 2015