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Obras de arte em logradouros públicos são maneiras de
apropriação do espaço urbano. Independentemente de qualificativos, obras de arte, estátuas,
bustos, grafites etc. são referenciais importantes que caracterizam e
delimitam logradouros. Podem ter valor afetivo para uma dada comunidade, podem
ser fruto do trabalho de ancestrais, ou ainda resultado de determinada técnica
construtiva. O fato é que se transformam em cartões postais de uma cidade e, goste-se deles ou não, eles são o que são: referenciais urbanos. Quem não conhece um dos cartões postais de São Paulo, ou
melhor, de Santo Amaro? A imensa estátua de Manuel Borba Gato (1649-1718)
paulista, bandeirante e genro de Fernão Dias Paes (ver aqui).
Com certeza, a estátua não passa despercebida
com suas 20 toneladas de peso e 13 m de altura, contando o pedestal de quase dois
metros. Inaugurada em 1963, na confluência das avenidas Adolfo Pinheiro e Santo Amaro, a obra do artista Júlio
Guerra (1912-2001) foi fruto de concurso
público para homenagear o quarto centenário do então município de Santo Amaro, na época autônomo,
e levou seis anos para ser construída pelo artista e quatro ajudantes. O artista usou trilhos de bondes para montar a estrutura
de concreto e a revestiu com pedras coloridas de basalto e mármore, criando assim um enorme mosaico tridimensional. Ereta, a figura porta roupas e chapéu
do século XVII, um enorme trabuco apoiado no chão e o olhar perdido no
horizonte.
A "estátua" já mereceu os mais variados qualificativos: imponente, brega, marcante, sem graça, horrível, de mau gosto, desnecessária, infame etc... De qualquer forma, alheia às críticas, a estátua continua a
exercer seu papel de referencial urbano e (controverso) cartão-postal da
cidade de São Paulo.
Referências:
http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/patrimonio_historico/adote_obra/index.php?p=4520%20target=blank
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