Moraes Moreira. Imagem: Divulgação |
As fotografias eram feitas com máquinas Pentax,
Nikon, Yashica ou Canon, com a lente normal, a grande angular e zoom, com
filtros especiais, polarizadores e filmes Kodak ou Fuji. Escolhíamos os filmes
de acordo com a luz que queríamos ou de que dispúnhamos, ou seja, de acordo com
a ASA (quantidade de luz necessária para provocar uma determinada exposição).
Assim, escolhíamos entre filmes com Asa 800, 400, 200 e 100 – quanto maior o
número, menor a quantidade de luz necessária. Era uma matemática
simples, que aprendíamos na teoria e na prática. Aliás,
durante o tempo em que fiquei lá, tirei quase cinco mil fotos em ‘slides’, uma
boa quantia de fotos em P&B e quase nada de fotos coloridas. Ah, não,
por favor, não digam nada, já fiz mea culpa.... Felizmente, boa parte
deles foi, gentilmente, digitalizada pela detalhista cunhada Tidi, mas outros
tantos slides acabaram se perdendo...
Enfim, naquela época, não havia a facilidade de se
comunicar como hoje, não havia a comunicação instantânea de
hoje. Nós nos comunicávamos com a família e com os amigos daqui do Brasil, por carta,
telegrama, cartão postal ou um telefonema a cada 15 dias... Sim, senhor, a cada
15 dias, porque éramos estudantes (ainda que de pós-graduação) e o
dinheiro era curto para o custo das ligações.
As aulas, seminários, o contato com a
maioria dos colegas e professores era feito em inglês; o italiano era usado no dia a dia
da escola, corredores, cantina e no mercado, no ônibus, nos passeios. Na casa das três brasileiras (Fernanda, Mariângela e eu), falávamos em português e ouvíamos muita
música italiana e também brasileira para matar um pouco a saudade da nossa língua,
nosso ritmo, nossa cultura e nossa alegria...
Um dos artistas que mais ouvíamos era Moraes Moreira, em especial, ‘Pelas Capitais’, música dele em parceria com Jorge Mautner, de 1979. A fita cassete (sim, era fita cassete) ficou gasta, mas mesmo assim, tive que deixá-la para os amigos de lá. Ouvíamos essa música aos montes, repetidas vezes. Era uma forma de lembrar, cantar e dançar as cores e os sons do meu país. A música foi sucesso lá e cá. Além disso, explorava de maneira muitíssimo criativa o abecedário e a geografia. Era didática e divertida, os amigos de lá aprendiam o nome das capitais daqui. Aliás, amigos daqui, de lá e de acolá adoravam, cantavam e dançavam.
Como é
claro até para o ‘mundo mineral’ (tomando emprestado o brilhante mote do
jornalista Mino Carta), adoro jogos que trabalhem com o alfabeto, como o Stop,
por exemplo, porque estimulam nossas sinapses, previnem problemas de
memória, facilitam o aprendizado e a fixação das informações, em geral. A
propósito, vejam dois posts: meu perfil ABC (aqui) e sobre a tradução de O Dicionário dos Alfazetes
(Os Alfazetes ).
Com vocês, Moraes Moreira e sua obra Pelas Capitais...montes de criatividade
ambulante e ritmo dançante, numa combinação deliciosa.
Em
tempo: hoje, 13 abril 2020, acabo de saber da morte de Moraes Moreira.
Obrigada pelos alegres momentos que vivi ouvindo suas canções.
Ah, que delícia! Tanto a música e a lembrança do Moraes Moreira, quanto seu texto, com suas memórias de Roma. Que experiência maravilhosa deve ter sido..! Entre em mais detalhes, de uma próxima vez.
ResponderExcluirEu também era fãzona do MM. Assisti a um show dele em 1978, qdo fazia cursinho em BH. Show do Projeto Pixinguinha, que levava música de qualidade a preços módicos para estudantes e quem mais quisesse. Foi um dos pontos altos de minha estada em BH. Saí do show na maior alegria :) Que a obra dele continue viva por muitos e muitos anos! ♥️♥️♥️ beijao
Oi, Telma, também sou super fã... aqui em casa, os meninos cresceram ouvindo Moraes Moreira, Geral Azevedo, Alceu Valença, Chico e por aí vai...Ah, e Beatles, claro! Cheguei a ver um show dele bem intimista aqui em Varginha e fiquei impressionada com a técnica dele no violão, aliás... mãos enormes... um beijo, querida
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