Jostein Gaarder (1952) é professor de filosofia e brilhante escritor norueguês. O primeiro livro que li de sua lavra foi O mundo de Sofia, de grande ajuda para aprender, de forma lúdica, a matéria que o autor ensina. Na época, eu já cursava Arquitetura e Urbanismo, mas o livro me ajudou a querer me aprofundar nessa área. Depois, acabei prestando vestibular para Filosofia na USP; entrei, adorei o que aprendi lá, mas tive que deixar o curso antes de terminá-lo.
De qualquer forma, sempre achei que a leitura poderia ajudar o leigo a conhecer melhor e compreender, mais facilmente, os conceitos discutidos e defendidos pelos filósofos, já que o autor usava metáforas e analogias bem eficientes para isso. Afinal, filosofia nunca foi assunto de se discutir na mesa de bar, certo? Ou é?
De qualquer forma, sempre achei que a leitura poderia ajudar o leigo a conhecer melhor e compreender, mais facilmente, os conceitos discutidos e defendidos pelos filósofos, já que o autor usava metáforas e analogias bem eficientes para isso. Afinal, filosofia nunca foi assunto de se discutir na mesa de bar, certo? Ou é?
Em O mundo de Sofia, a garota do título, prestes a completar 15 anos, começa a receber cartas, bilhetes e postais estranhos com perguntas filosóficas. A cada bilhete o leitor fica mais envolvido e, em paralelo à trama, vai percorrendo a história da filosofia ocidental.
Pois bem, depois de O mundo de Sofia, li o O Dia
do Curinga, livro que narrava a saga do garoto Hans-Thomas e seu
pai ao cruzarem a Europa, da Noruega à Grécia, à procura de Anita, a mãe e a esposa que
partira anos antes. O relato é perpassado por histórias filosóficas, mitos, sagas e cartas de baralho que transformam a
viagem do garoto. Mais do que qualquer coisa, trata-se de uma viagem de autoconhecimento. Fiquei encantada com a leitura e guardei o livro com carinho, para relê-lo, mas acabei emprestando-o a alguém. Nunca mais o vi. Espero
que esse alguém tenha gostado do livro tanto quanto eu.
Tempos depois, caiu-me nas mãos outro livro dele:
A garota das Laranjas, traduzido pelo colega tradutor Luis Antonio de Araújo. É um livro ágil, gostoso de se
ler, que prende o leitor e o incita a ir adiante. Georg Roed tem 14 anos e, do
nada, recebe uma carta de seu pai, falecido havia 11 anos. O fato é que a carta
estivera perdida no forro de um carrinho de bebê, guardado no sótão da casa dos
avós. Todos se entreolham quando o jovem se tranca no quarto para ler a tal
carta que falava de uma certa garota das laranjas. Ele se surpreende,
questiona a atitude do pai, chora, se emociona, fica com raiva, pondera, reflete e, por fim...
Não, não vou contar o final do livro. Vale a pena a
leitura. É um livro pequeno, mas impactante com o tom singelo,
filosófico e delicado de Gaarder que, como em todas as suas obras, reflete sobre temas fundamentais ao ser humano como a vida, a morte, a
existência e o universo.
Livro: A Garota das Laranjas
Jostein Gaarder.
Trad. Luis antonio de Araujo
Trad. Luis antonio de Araujo
Cia das Letras, 2005.
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