Mandalas
são formadas por uma série de símbolos e figuras geométricas - triângulo, quadrado, losango, círculo... Este último, por exemplo, é um símbolo arcaico, cultuado em várias culturas, sinônimo
de totalidade, integração e presente nas celebrações e danças de roda dos povos originários e ancestrais. Na dança de roda ou dança circular, todos estão
equidistantes do centro, todos caminham juntos e se apoiam mutuamente, conforme o ritmo escolhido. No círculo, na roda, de mãos dadas, todos vão caminhando e passando, várias vezes, pelo “mesmo lugar”. Será mesmo? Não! A cada vez, as
emoções e as sensações são diferentes - mais sutis, mais elevadas e o indivíduo acaba reconhecendo que é parte constituinte daquele todo. Leia sobre a dança circular aqui.
Outra
figura simbólica das mandalas é a espiral, presente em várias épocas da
humanidade: na arquitetura dos antigos templos ou em obras modernas; nos jardins, parques e
labirintos históricos; na natureza, nos animais, na arte, nos alimentos e ainda nos temas
relativos à dimensão espiritual. Ao olhar uma espiral de cima, o que se vê é um
círculo que vai se abrindo e um percurso "aparentemente" repetido; mas só aparentemente,
porque nesse movimento evolutivo ascendente da espiral nunca se
está no “mesmo” lugar. Sempre se vivencia algo num nível acima, uma
percepção, uma sensação, um olhar mais inclusivo e
abrangente, um algo a mais.
Museu Guggenheim, NY. Frank L. Wright. Divulgação |
Percorrer de forma consciente esse caminho é começar a voltar para casa, nossa casa interna, para um encontro com a própria
alma, como no livro Setas para o caminho de volta, do professor de yoga José Hermógenes. Porém, embora o esforço seja
individual, a caminhada é feita em conjunto – eu e o outro, eu e o
coletivo, eu e a comunidade maior, eu e o todo, porque, na verdade, nunca somos só nós. Cada ação nossa afeta
o todo, em qualquer ambiente – em casa,
na escola, no trabalho, no bairro. Afinar-se com os ritmos de cada um nessa caminhada é o que gera a sensação de pertencimento, inclusão, acolhimento, confiança e
felicidade. Todos juntos, do
micro ao macro, do átomo às galáxias, ascendendo e percebendo uma só pulsação, um só ritmo - o ritmo da Vida.
Referências
https://anitadimarco.blogspot.com/2021/05/ecos-culturais-danca-circular-sagrada.html
https://anitadimarco.blogspot.com/2016/04/memoria-arte-cultura-os-mobiles-de.html
Anita querida excelente texto, muitas vezes em nossas vivências cotidianas não percebemos essa essência da vida tão simples, o estar presente na sincronicidade e sinergia do eu , do outro, do todo e principalmente do entorno ao nosso lado.
ResponderExcluirGrata por expandir essa consciência e visão!Abraço!
Fátima Terra
Texto altamente inspirado, Anita!
ResponderExcluirGostei muito do repetir ciclos, mas diferente e melhor!
Abraços
" Na verdade, nunca somos só nós "; disse tudo Anita. Sempre é bom refletir com seu blog aos sábados. Zé Marcelino.
ResponderExcluirComo sempre vc traz uma informação nova para mim. E sempre de forma instigante.
ResponderExcluirQue ótimo texto! Lembrei muito do navio de Teseu. E aquilo que dizem que jamais entramos no mesmo rio duas vezes. Me remeteu tb aos fractais e em como a vida é redundante, sabe? As formas se repetem, os padrões. Mas sempre um pouco diferente. E esse pouco eu sinto que é onde temos a oportunidade de melhorar. Mudar. Observar, que seja. Beijao, tia Anita!
ResponderExcluirDaniel B Ortega
Muito bom Anitinha! Sempre um aprendizado seus textos.
ResponderExcluirObrigada por este texto maravilhoso, Anita!
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