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As
armas e os instrumentos de Elifas Andreato (1946) sempre foram o pensamento crítico, papel, caneta e pincel. Desenhista gráfico e jornalista, o premiado artista paranaense nascido em Rolândia dá título à mostra “Elifas
Andreato, 50 Anos”, no Museu Nacional dos Correios, em
Brasília. Com curadoria de João Rocha Rodrigues, a exposição reúne alguns de seus principais trabalhos
em uma longa trajetória que se liga à fase áurea da MPB-Música Popular Brasileira,
à luta contra o regime militar e à afirmação da identidade cultural nacional.
Seguindo o formato multimídia, além de ver, ler e
aprender, o visitante poderá ainda ainda assistir a vídeos, depoimentos,
brincar e ouvir músicas de cantores como Paulinho da Viola, Elis Regina,
Martinho da Vila, Tom Zé, Chico Buarque, Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes,
entre outros, em discos cujas capas antológicas têm a assinatura do artista. Dentre os
destaques, Ópera do Malandro, Almanaque e Vida (Chico Buarque), A Arca de Noé 1
e 2, Um Pouco de Ilusão (Vinicius de Moraes e Toquinho), Aquarela, Casa de
Brinquedo (Toquinho).
Além dos discos, o artista também foi um dos fundadores de órgãos de imprensa alternativos importantes, na época da ditadura militar, como os jornais Movimento e Opinião. Na área editorial, também ilustrou coleções, fascículos, além de algumas edições do Projeto Memória, projeto patrocinado
pela Fundação Banco do Brasil, entre outros trabalhos, como o Almanaque Brasil, publicação mensal distribuída nos aviões da TAM.
Pelo conjunto da obra recebeu, em 2011, o prêmio Wladimir Herzog, pela defesa de valores democráticos e dos direitos humanos.
A exposição já esteve no Rio de Janeiro e depois de Brasília segue para São Paulo.
Pelo conjunto da obra recebeu, em 2011, o prêmio Wladimir Herzog, pela defesa de valores democráticos e dos direitos humanos.
A exposição já esteve no Rio de Janeiro e depois de Brasília segue para São Paulo.
Imagem: Divulgação - Catraca Livre |
Mas por que mencionei esta exposição, em particular, e não outras?
Porque, em algum
ponto, nossas histórias já se cruzaram. Lembro-me de um concurso de fotografias
promovido pela Secretaria de Planejamento do Estado, na década de 1970, onde eu
estagiava como aluna do curso de Arquitetura da FAU-USP. O título era A Cidade é também sua Casa e o cartaz
de divulgação teve a assinatura de Elifas Andreato. Uma beleza de trabalho e o concurso
alcançou grande repercussão.
Até há pouco (?) tempo, tinha comigo um desses
cartazes, lembranças de uma época e das atividades realizadas. Ocorre que, de quando em
quando, a vida vai exigindo faxinas nos nossos guardados e o fato é que não
encontrei o tal cartaz. Pena, queria publicar uma foto dele aqui no Blog Anita Plural, mas o
tenho só na lembrança.
Aquela foi um período de um rico aprendizado, quando tive a ocasião de trabalhar e aprender muito com os colegas e
grandes profissionais de várias áreas – arquitetos, geógrafos, economistas,
sociólogos - do porte de Maria Adélia A. de Souza, Eduardo Yazigi, Telmo
Pamplona, Ermínia M. Maricato, Andrea Sevá, Cibelle Bottin, Beatriz Soares
Pontes, Vera Lúcia Martins Sette, Sonia
Ruggiero C. Alves, Nair K. Isai, Regina Celli Mendonça, Agostinho F. Martins
Neto, José Antonio Ronchezel, entre outros em uma verdadeira equipe multidisciplinar. Guilherme Wendel
Magalhães, Taísa Storace e eu éramos os privilegiados estagiários daquele grupo.
Elifas Andreato. Imagem:
|
A exposição gratuita “Elifas Andreato, 50 Anos” pode ser vista e saboreada, até o dia 03 de abril, de
terça a sexta-feira das 10h às 19h; sábados, domingos e feriados das
12h às 18h.
Onde: Museu Nacional dos Correios (SCS – Setor Comercial
Sul, Qd. 4, Bl A nº 256, Asa Sul - Brasília/DF)
Quando: Até 3 de abril.
Referências:
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