segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Paisagem Construída | Mais e mais bicicletas...



Ciclovia Leblon-São Conrado, Rio de Janeiro: Imagem:infraestruturaurbana.pini.com.br

Sim, é verdade. A magrela veio para ficar. No mundo todo, o uso da bicicleta vem aumentando significativamente. Há projetos de ciclovias cenográficas, aproveitando as vistas e belas paisagens do entorno e até mesmo uma ciclovia flutuante (ao longo do rio Tâmisa, em Londres)  (http://www.archdaily.com.br/br/759828/fuentes-telegrapk-y-urbanfurg). 
Sempre no conjunto de medidas sustentáveis buscando um aumento da qualidade de vida humana e urbana, já se prevê que, nos próximos anos, Londres terá mais bicicletas do que motoristas de carros. De 40 mil ciclistas em 1990, a cidade contou, em 2014, 180 mil. Na última década, o número de carros particulares, no centro da cidade, já havia caído pela metade, enquanto que a quantidade de ciclistas mais que dobrou. 
Medidas de incentivo ao transporte público, às caminhadas e as altas taxas para uso de carros no centro da cidade, os chamados pedágios urbanos, favoreceram essa mudança de paradigma, além da construção de ciclovias e a remodelação de ruas favorecendo o uso da bicicleta que estimulam a permanência dessas mudanças.  

Nos Estados Unidos, a cidade de Detroit sede da General Motors e da Ford, era considerada a capital do automóvel. 
Novos tempos, novos títulos. Hoje, Detroit é a cidade americana que apresenta crescimento mais acelerado no uso de bicicletas (403,2% entre 2000 e 2014), segundo pesquisa da Liga de Ciclistas Americanos, ONG que promove o ciclismo urbano e a construção de infraestruturas cicloviárias mais seguras.  Dois pontos de estímulo a esse crescimento: 1) a construção de 272 km de ciclovias, nos últimos nove anos, digamos, uma média de 30 km por ano e 2) as tais bicicletadas realizadas em data e horário marcado reunindo grande número de pessoas para pedalarem juntos. A cidade já reuniu, em uma só dessas iniciativas, 4000 ciclistas. 
Paraciclos (Centro SP). Paraciclo é uma estrutura tubular em forma de U ou R, onde a bicicleta é presa. Pode ser instalado na cidade ou em bicicletários. Imagem:http://www.cicloativismo.com/entenda-as-diferencas/ 
No Brasil, várias cidades também realizam esses passeios conjuntos noturnos. Além disso, várias ciclovias têm sido inauguradas no país, como a que conecta Leblon a São Conrado, no Rio de Janeiro, que também conta com mais de 400 km de ciclovias.

São Paulo é outra cidade que vem investindo na instalação de uma malha cicloviária, bicicletários, paraciclos, programas educacionais e de bicicletas compartilhadas, tudo para promover o uso da bicicleta como meio de transporte urbano. 
 
Bicicletário no Largo da Batata, em Pinheiros - SP. Bicicletários são espaços para estacionamento de bicicletas, com estruturas de fixação ou paraciclos, para acomodar as magrelas. Foto: Fernando Pereira, SECOM.   http://www.capital.sp.gov.br/portal/
P
or outro lado, na contramão do que se verifica mundo afora, as polêmicas aqui continuam.  Muitas vezes, considerada como modismo e meio de transporte alternativo, a bicicleta é vista em oposição ao transporte individual, o que não é verdade. Tudo pode coexistir e, uma vez organizados e definidos os limites de cada um, há espaço para todos. O que me parece lógico e deve ficar claro, no entanto, é que ônibus e metrô transportam muito mais gente do que um carro particular e, portanto, é evidente que devem ter prioridade em qualquer política pública de transportes. 
Ciclovia Av. Paulista, SP. Foto William Cruz. Vá de Bike
 

O caminho é sem volta: investimentos em transporte público, faixas exclusivas de ônibus, ciclovias e diminuição do limite de velocidade nas vias urbanas são algumas das medidas já em curso em inúmeras cidades do mundo. São Paulo está entre elas. Bravo! É para a frente que se anda. Literalmente. 

Referências:





http://www.capital.sp.gov.br/portal/ 
http://www.cicloativismo.com/entenda-as-diferencas/ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário