Sim, é verdade. A magrela veio para ficar. No mundo
todo, o uso da bicicleta vem aumentando significativamente. Há projetos de
ciclovias cenográficas, aproveitando as vistas e belas paisagens do entorno e até mesmo uma
ciclovia flutuante (ao longo do rio Tâmisa, em Londres) (http://www.archdaily.com.br/br/759828/fuentes-telegrapk-y-urbanfurg).
Sempre no conjunto de medidas sustentáveis buscando
um aumento da qualidade de vida humana e urbana, já se prevê que, nos próximos
anos, Londres terá mais bicicletas do que motoristas de carros. De 40 mil
ciclistas em 1990, a cidade contou, em 2014, 180 mil. Na última década, o
número de carros particulares, no centro da cidade, já havia caído pela metade,
enquanto que a quantidade de ciclistas mais que dobrou.
Medidas de incentivo ao transporte público, às
caminhadas e as altas taxas para uso de carros no centro da cidade, os chamados
pedágios urbanos, favoreceram essa mudança de paradigma, além da construção de
ciclovias e a remodelação de ruas favorecendo o uso da bicicleta que estimulam
a permanência dessas mudanças.
Nos Estados Unidos, a cidade de Detroit sede da General Motors e da Ford, era considerada a capital do automóvel.
Novos tempos, novos títulos. Hoje, Detroit é a cidade americana que apresenta crescimento mais acelerado no uso de bicicletas (403,2% entre 2000 e 2014), segundo pesquisa da Liga de Ciclistas Americanos, ONG que promove o ciclismo urbano e a construção de infraestruturas cicloviárias mais seguras. Dois pontos de estímulo a esse crescimento: 1) a construção de 272 km de ciclovias, nos últimos nove anos, digamos, uma média de 30 km por ano e 2) as tais bicicletadas realizadas em data e horário marcado reunindo grande número de pessoas para pedalarem juntos. A cidade já reuniu, em uma só dessas iniciativas, 4000 ciclistas.
No Brasil, várias cidades também realizam esses
passeios conjuntos noturnos. Além disso, várias ciclovias têm
sido inauguradas no país, como a que conecta Leblon a São Conrado, no Rio de
Janeiro, que também conta com mais de 400 km de ciclovias.
São Paulo é outra cidade que vem investindo na
instalação de uma malha cicloviária, bicicletários, paraciclos, programas educacionais e de bicicletas
compartilhadas, tudo para promover o uso da bicicleta como
meio de transporte urbano.
Por outro lado, na contramão do que se verifica mundo
afora, as polêmicas aqui continuam.
Muitas vezes, considerada como modismo e meio de transporte alternativo,
a bicicleta é vista em oposição ao transporte individual, o que não é verdade. Tudo pode coexistir e, uma vez
organizados e definidos os limites de cada um, há espaço para todos. O que me parece lógico e deve ficar claro, no entanto, é que ônibus e metrô transportam muito mais
gente do que um carro particular e, portanto, é evidente que devem ter
prioridade em qualquer política pública de transportes.
Bicicletário no Largo da Batata, em Pinheiros - SP. Bicicletários são espaços para estacionamento de bicicletas, com estruturas de fixação ou paraciclos, para acomodar as magrelas. Foto: Fernando Pereira, SECOM. http://www.capital.sp.gov.br/portal/ |
O
caminho é sem volta: investimentos em transporte público, faixas
exclusivas de ônibus, ciclovias e diminuição do limite de velocidade nas vias
urbanas são algumas das medidas já em curso em inúmeras cidades do mundo. São
Paulo está entre elas. Bravo! É para a frente
que se anda. Literalmente.
Referências:
http://www.capital.sp.gov.br/portal/
http://www.cicloativismo.com/entenda-as-diferencas/
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