A Balsa de Lampedusa. Foto do próprio artista: Jason deCaires |
Dizem que a vida imita a arte, ou será o contrário?
Faltam-me as palavras para definir emoções diversas ao ver as fotos
para escrever este texto. Depois de incursões pelo mundo dos
grafites, o artista britânico Jason de
Caires Taylor cursou Artes em Londres e, desde então, cria instalações no
fundo do mar, formando verdadeiros museus submersos.
A Balsa de Medusa, de T. Géricault. Imagem: http://warburg.chaa-unicamp.com.br/obras/view/317 |
Instrutor de mergulho, escultor, fotógrafo,
ambientalista e defensor da vida marítima, Taylor reuniu várias de
suas paixões e segue fazendo instalações provocativas que despertam o
pensamento crítico em relação ao meio ambiente e à nossa humanidade, ou falta
dela. Agora, o drama dos refugiados da Europa, sobretudo os
que se afogaram na travessia de Lampedusa, será imortalizado.
Chamado de
o "primeiro museu submerso da Europa", nas costas de Lanzarote, nas Ilhas
Canárias, o Museu Atlântico é palco de uma instalação de esculturas de concreto
que retratam refugiados, e também outras pessoas, turistas tirando selfies, a
“Geração Instagram”.
O artista Jason deCaires Taylor em seu estúdio. |
Uma das esculturas a caminho do museu submerso. Foto: Cat Vinton |
The Rubicon, nas costas de Lanzarote. Foto do próprio artista. |
Segundo o crítico de arte do The Guardian, Jonathan Jones, a obra de Jason Taylor não parece ser uma homenagem ou memorial, mas apenas um lembrete da nossa passividade, da nossa responsabilidade coletiva, um lembrete perturbador do mundo que estamos criando. Mas para mim, a tal balsa, afigura-se como um memorial sim, triste, provocativo e emocionante e, sem dúvida, lembrete eterno das consequências de nossa ação ou inação. Jones relembra ainda uma frase do conhecido oceanógrafo Jacques Cousteau: ‘as pessoas protegem o que amam” [o que, convenhamos, vale para tudo - de pessoas a artefatos, objetos, edifícios, paisagens e cidades] e que, segundo ele, tudo indica que o artista adotou essa filosofia e por isso, faz figuras cotidianas e em situações reais para que as pessoas se reconheçam, para despertar o olhar crítico do observador e, ainda, a intenção de cuidar, seguida de uma ação concreta.
Outras obras suas podem ser vistas no MUSA – Museu Subaquático
de Arte, em Cancun (A Evolução Silenciosa, instalação que conta com mais de 400
esculturas, que criam um banco de corais), Bahamas (Ocean
Atlas) e em Londres (The
Rising Tide).
No vídeo abaixo, pode-se ter ideia do trabalho do artista, desde o início com o modelo escolhido, a elaboração do molde, a aplicação do cimento, o manuseio da peça, o acabamento, o transporte e a instalação no MUSA – Museu Subaquático de Arte, em Cancún. Em destaque, o trabalho e os percalços para transportar sua obra mais pesada ( mais de três toneladas).
Vídeo
Jason deCaires Taylor on Mega structures Discovery
Channel.
Enviado em 12 de out de 2011.
Enviado em 12 de out de 2011.
Referências:
http://www.theguardian.com/artanddesign/2016/feb/02/drowned-world-europe-first-undersea-sculpture-museum-lanzarote-jason-decaires-taylor http://www.theguardian.com/artanddesign/gallery/2016/feb/02/europes-first-underwater-sculpture-museum-in-pictures
http://musaislamujeres.com/
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