quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Ecos Culturais | Outros Centenários

Seria impossível homenagear em posts individuais todos que fariam 100 anos em 2020. Já falei de Clarice Lispector e João Cabral, mas cito agora outros destacados em suas respectivas áreas. Como sempre, cada um deles têm a ver com minha história, de um modo ou de outro.   

ARTES PLÁSTICAS: 

Amilcar de Castro (Paraisópolis-MG, 8 jun. 1920 –Belo Horizonte, 21 nov.2002). Foi escultor, artista plástico, desenhista, cenógrafo, professor e designer gráfico, responsável pela reforma gráfica do Jornal do Brasil nos anos 1950. Premiado aqui e no mundo, suas obras são, principalmente, em chapas de ferro, dobradas e tridimensionais, espalhadas em jardins, praças e espaços culturais do país e do mundo. Já cruzei com várias delas nos espaços públicos. A última exposição dele que visitei foi no Itaú Cultural, em 2019.

León Ferrari (Buenos Aires, 3 set.1920— 25 jul.2013) foi um artista conceitual argentino autodidata. Guerras, a religião e todas as formas de intolerância eram temas comuns em suas obras. Em evento do Movimento pela Anistia, em 1985, consegui uma gravura dele (Serigrafia, sem título, 1983, 50 x 70 cm).

Lygia Clark (Lygia Pimentel Lins, BH, 23 out.1920 – Rio, 25 out. 1988), artista contemporânea que se intitulava “não artista”. Participou do Manifesto Neoconcreto e buscava superar o suporte artístico, na relação entre arte e psicanálise. No início da década de 2000, tive mais contado com a obra dessa artista e de Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro, quando meu livro sobre a Sala São Paulo foi lançado no Rio.   

Tikashi Fukushima (Japão, 19 jan.1920—14 out.2001). Artista, pintor e gravador nipo-brasileiro que ingressou nas Artes Plásticas, após a segunda guerra, depois de conhecer Manabu Mabe. Participou de vários grupos artísticos, recebeu inúmeros prêmios e sua última exposição Fukushima por Fukushima (2001), na Pinacoteca de SP, teve a curadoria de seu filho, o gentil Takashi Fukushima, com quem convivi um pouco nos meus anos de FAU-USP. Takashi é artista plástico, cenógrafo e gravador.

CINEMA:

- Federico Fellini (Rimini, 20 jan. 1920--31 out.1993, Roma, Itália), cineasta italiano, dono de um estilo único, que criou obras-primas como "La Dolce Vita", "Oito e Meio" e "La nave va", entre outras.  Além disso, meu amigo da FAU-USP, Antônio Carlos Carneiro, imortalizou o nome desse último filme, como seu bordão (ver aqui). 

 ECONOMIA, SOCIOLOGIA E POLÍTICA:

- Florestan Fernandes (SP, 22 jul.1920 – 10 ago.1995), sociólogo e político, foi deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Recebeu o Prêmio Jabuti em 1964, pelo livro Corpo e Alma do Brasil e, o Prêmio Anísio Teixeira. Sempre respeitado, lembro-me de suas falas corajosas e coerentes nos tempos da FAU-USP.

Celso Furtado. Imagem: Divulgação
- Celso Furtado (Pombal, PB,1920 – Rio, 20 nov.2004). Advogado, com pós-doc pela Sorbonne de Paris em economia colonial brasileira, um dos intelectuais brasileiros mais lidos e traduzidos no mundo. Foi titular da Sudene, de 1959 a 1964, ministro de Planejamento de João Goulart e (1963). Exilado durante a ditadura militar, foi professor de Yale e Columbia, nos Estados Unidos, da Sorbonne, em Paris, e de Cambridge, na Inglaterra. Na volta, Ministro da Cultura no governo Sarney (1986-88), criou a primeira Lei de Incentivo à Cultura, aliando criatividade e cultura e condições de desenvolvimento e progresso social. As leis posteriores financiavam grandes produções e a exceção ficou com os Pontos de Cultura, implantados pelo ministro Gilberto Gil, na gestão do presidente Lula, entre 2003 e 2008. Na ABL desde 1997, na cadeira de Darcy Ribeiro. Impossível pensar criticamente sem ler Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes e outros mais.

 LITERATURA:

Mário Puzo, Mario Gianluigi Puzo (NY 15 out.1920 — Bay Shore, 2 jul. 1999), escritor norte-americano conhecido pelos livros sobre a máfia, como a famosa trilogia O poderoso Chefão, adaptada para o cinema por Francis Ford Coppola como (The Godfather), em 1972, 1974 e 1990. Falas e cenas históricas me perseguem até hoje.

José Mauro de Vasconcelos (Rio de janeiro, 26 fev.1920 --24 jun.1984). Quem não leu na escola o clássico Meu pé de Laranja Lima? Inesquecível romance lançado em 1968 e também o mais famoso do autor. Mas eu me lembro também de Rosinha Minha Canoa. Alguém? 

Isaac Asimov (Rússia, 02 jan.1920-NY, 06 abr.1992). Criado nos Estados Unidos, popularizou a ciência pelo seu estilo simples. Doutor em bioquímica, lecionou na Faculdade de Medicina de Boston. Publicou, em 1950, o clássico Eu Robô, mas, aos poucos, o escritor superou o professor. Seu romance O Homem bicentenário (1976) foi adaptado para o cinema em 1999. Sempre povoou minha imaginação.  

 MÚSICA:

Ravi Shankar. Imagem: Divulgação

 Mario Zan (Mario Giovanni Zandomeneghi (Roncade, 9 out.1920 — SP, 9 nov.2006). Acordeonista italiano, da região do Vêneto, compôs o hino do IC Centenário de São Paulo.  Foi autor da maioria das músicas das festas juninas em São Paulo. 

 Ravi- shankar. Pandit Ravi Shankar (Varanasi, Índia- 07 abr.1920–Califórnia, 11 dez.2012). Indiano, Ravi shankar era um violinista, tocava sitar e popularizou no Ocidente a música indiana, sobretudo pelo contato com os Beatles. Foi professor de George Harrison dos Beatles e fez vários concertos com este. Impossível gostar de Beatles (e eu amo) e não ter ouvido Ravi Shankar. 

Referências

https://www.ebiografia.com/jose_mauro_de_vasconcelos/
https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Ha-10-anos-morria-Celso-Furtado/4/32272
http://celsofurtado.phl-net.com.br/cgi-bin/wxis.exe?IsisScript=phl82.xis&cipar=phl82.cip&lang=por
https://www.infoescola.com/escritores/isaac-asimov/
https://pt.wikipedia.org

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