Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos.
E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: — Me ajuda a olhar!
- Eduardo Galeano (1940-2015), O Livro dos
Abraços.
Extraído de sua obra 'O livro dos abraços', traduzido por Eric Nepomuceno, editado pela LPM Editores: 1991. Um
livro delicado e sensível que traz uma série de histórias curtas e
envolventes com a visão por vezes crítica, por vezes lírica do autor, sobre emoções, valores, arte, política e muito mais.
Que passagem bem escolhida. Me identifico totalmente. Também fico assim sem fôlego diante da beleza.
ResponderExcluirEntão já somos três - Diego, você e eu. Eu me encanto, me emociono e silencio com reverência diante da grandeza do e da natureza...Obrigada pela visita. Seus comentários são sempre gentis e aguardados. Volte sempre.
ResponderExcluirAnita