segunda-feira, 16 de março de 2015

Paisagem construída: Sala São Paulo

 Saiu no The Guardian: Trevor Cox, professor de engenharia acústica da Universidade de Salford e autor do livro Sonic Wonderland: A scientific Odissey of Sound, fez uma pesquisa e escolheu as dez melhores salas de concertos do mundo e a nossa Sala São Paulo estava no meio.
Puxa, demorou um pouco a perceber isso, hein? Afinal, a Sala São Paulo foi inaugurada em 1999, na antiga Estação Júlio Prestes, em SP, a partir de uma grande área de espera para embarque de trens e já é a melhor da América do Sul, desde então e, provavelmente, também desde então, já está entre as melhores do mundo. Mas, como está abaixo da linha do Equador, talvez, tenham demorado a verificar...
Enfim, dois aspectos se destacam nessa obra incrível: o teto móvel, que auxilia na acústica de acordo com o tipo de música a ser tocada,  e a visão dos elementos da arquitetura original, que aparecem mais ou menos dependendo da altura do teto.
Sobre a Sala há alguns bons livros. Destaco dois, em especial, ambos feitos pela amiga e arquiteta Ruth Verde Zein e eu, em coautoria. O primeiro é mais técnico e foi lançado em 2000, um ano após a inauguração da sala de concertos: Sala São Paulo de Concertos. Revitalização da Estação Júlio Prestes: o projeto arquitetônico. Trata-se de um livro de arquitetura que insere e narra a história do bairro na cidade de São Paulo, fala do projeto original da estação e do projeto de recuperação e modernização da estação e construção do espaço de concertos. Um livro imperdível para os interessados em arquitetura e reconversão de edifícios antigos. O projeto da Sala São Paulo, de autoria do arquiteto Nelson Dupré, foi premiado internacionalmente, mais de uma vez.  Outro livro menor e menos detalhado, mas também com uma visão geral de todo o trabalho de recuperação da estação e construção da sala é Sala São Paulo: A Arquitetura da Música, das mesmas autoras.  
Além da Sala São Paulo, estão na lista do The Guardian: Culture and Congress Centre Concert Hall, em Lucerna (Suíça); Boston Symphony Hall, em Boston (EUA); Bridgewater Hall, em Manchester Manchester (Reino Unido); Grosser Musikvereinssaal, em Viena (Áustria) ; Berlin Philharmonie, em Berlim (Alemanha); Christchurch Town Hall Auditorium, em Christchurch (Nova Zelândia; Philharmonie de Paris, em Paris (France); The Sibelius Hall, em Lahti (Finlândia); e Tokyo Opera City Concert Hall, em Tóquio (Japão).
Em tempo, o professor Cox tem um site sobre pesquisa e estudos de acústica, em inglês:   https://acousticengineering.wordpress.com/trevor-cox/

Referências
Sala São Paulo:  http://www.salasaopaulo.art.br/home.aspx
Fotos: Blog Anita Plural / Capa dos livros

Arquiteto Nelson Dupré (gentilmente cedida pelo arquiteto)  






  

4 comentários:

  1. Tive o prazer de ser presenteada por este teu belo livro. Lugar de honra na minha estante! Beijos
    Ione

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  2. Obrigada meu bem. Seus livros também estão muito bem guardados. Aguardo o próximo... bjs
    Anita

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  3. Tem algum documentário que mostre a construção da sala?

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    Respostas
    1. Olá Dina,
      Na verdade, não procurei documentários sobre toda a obra, mas há explicações do próprio arquiteto Nelson Dupré, na página da Sala São Paulo. Veja em - http://www.salasaopaulo.art.br/paginadinamica.aspx?pagina=restauro .
      Além disso há os livros mencionados. O primeiro dá um panorama geral da teoria da restauração e detalhes do projeto arquitetônico do restauro e da obra da Sala São Paulo. Obrigada pela visita. volte sempre.
      Anita Di Marco

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